Honda Civic Type R é esportivo alucinante que cobra caro pela diversão
Resumo da notícia
- Lendário esportivo vem do Japão e beira os R$ 435 mil na versão completa
- Motor 2.0 turbo de 297 cv e câmbio manual de 6 marchas garantem a diversão
- Visual chamativo inclui aerofólio gigante e carroceria alargada
Quem conhece a história da Honda sabe que a marca sempre foi chegada na adrenalina. Desde seus primeiros anos, o fundador Soichiro Honda enxergava as competições como uma ferramenta bastante poderosa para testar suas criações e, claro, se divertir. Assim nasceram algumas das criações mais badaladas da cena automotiva, como o NSX, que foi desenvolvido com a ajuda de ninguém menos do que Ayrton Senna.
Outro ícone é o Civic Type R, que finalmente estreia no Brasil em sua sexta geração. O esportivo será importado em versão única por salgados R$ 429.900, podendo chegar a R$ 434.900 com o pacote de assistências de condução Traffic Alert. A Honda se defende citando a exclusividade do modelo (poucas unidades serão trazidas para cá) e o desempenho do Type R, que, podemos afirmar categoricamente, bota no chinelo o já empolgante Civic Si.
Prazer ao extremo
Parte do mérito vai para o nervoso motor 2.0 turbo de quatro cilindros, que entrega 297 cv e 42,8 kgfm de torque máximo, disponíveis a precoces 2.600 rpm. Embora a Honda não divulgue o tempo exato da aceleração de 0 a 100 km/h, dá para arriscar um palpite em torno de 5,5 segundos. Não há controle de largada: cabe ao motorista ter a competência de arrancar sem deixar as rodas patinarem.
Inclusive, o Civic Type R enche os olhos de quem gosta de dirigir pela combinação "raiz" de motor aspirado e câmbio manual. A transmissão de seis marchas impressiona pelos engates extremamente precisos, sobretudo nas reduções. Parece que nem é preciso conduzir a alavanca para as posições corretas, como se a ação fosse realizada quase que de forma autônoma. Tanto é que, nos primeiros segundos de contato, fiquei até na dúvida se as marchas mais baixas haviam entrado, tamanha a rapidez e suavidade com que a caixa realiza a tarefa.
Apesar do ronco relativamente discreto para um veículo com proposta esportiva, o Civic empolga logo de cara. A direção tem peso adequado para a proposta esportiva e respostas extremamente diretas. No modo +R (lê-se "Plus Ãr"), o mais radical dos quatro existentes, diversos parâmetros do veículo são modificados pensando no uso extremo, como direção e calibragem da suspensão. Até os grafismos do painel de instrumentos digital são modificados, incluindo a adição de um cronômetro para medir os tempos de volta em autódromos. Guarde essa informação, pois ela será útil mais adiante.
A estabilidade nas curvas é impressionante até em comparação a esportivos de renome, como o Mercedes-AMG A 45. Dificilmente o Type R canta pneu, mesmo em situações extremas. Os discos de freio ventilados trazem pinças da italiana Brembo, renomada fornecedora de várias categorias do automobilismo e presente nos melhores superesportivos do mundo.
Discrição não é o forte
Existe uma licença poética para os designers exagerarem ao desenhar um esportivo. Aerofólio grande e cores vibrantes fazem parte da receita clássica deste tipo de carro, e evidentemente esses ingredientes estão presentes no Type R.
A dianteira tem a grade frontal do tipo colmeia com pintura em preto brilhante e uma entrada de ar funcional no meio do capô, que é feito em alumínio. Os para-lamas alargados reforçam o visual invocado juntamente com os dutos que direcionam o ar para refrigerar os freios. As belas rodas de liga leve de 19 polegadas combinam com a vistosa asa traseira com base de alumínio para poupar peso. Por fim, o difusor traseiro acelera a passagem de ar sob o assoalho e forma uma agressiva combinação com as três (!) saídas centrais de escapamento.
A cabine repete a extravagância do lado de fora. Os bancos são do tipo concha e trazem revestimento em couro vermelho. Bonitos e confortáveis, eles são essenciais para proporcionar conforto em condições de pista, uma vez que ele segura muito bem o corpo nas curvas. Cintos de segurança e até o carpete são vermelhos, formando uma combinação de gosto controverso. Atrás, o visual é um pouco mais discreto, com revestimento do tipo camurça e costuras vermelhas.
Coisa de videogame
O painel de instrumentos digital tem uma tela de TFT de 10,25 polegadas. Ao lado dela há uma segunda tela, esta tátil de nove polegadas, para a central multimídia. Entre as várias funções existe uma que exibe os números de desempenho, incluindo medidor de força G e tempos de volta.
Pois bem: esses números de telemetria podem ser comparados com os resultados obtidos por outros donos de Civic Type R em um mesmo circuito. Tudo é feito no modo Versus de um aplicativo chamado Honda LogR, que também analisa o estilo de condução do aspirante a piloto, dando pontos de acordo com alguns critérios.
A lista de equipamentos inclui itens como 10 airbags (incluindo bolsas infláveis para os joelhos de motorista e passageiro), sistema de som Bose com 12 alto-falantes, controles de estabilidade e de tração, sensor de pressão dos pneus, faróis full LED com acendimento automático e o pacote Honda Sensing, que inclui alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, assistente de permanência em faixa de rolamento e farol alto inteligente.
O único opcional é o pacote Traffic Alert, que acrescenta sensor de pontos cegos e alerta de tráfego cruzado traseiro. Caso você queira levar esses equipamentos para sua garagem, será preciso pagar R$ 5 mil.
Vale a pena?
Imagino que você concorde que R$ 430 mil é uma quantia bastante alta para comprar um Honda. Basta lembrar que, por esse valor (ou até menos), é possível achar modelos seminovos de marcas renomadas como Audi, BMW, Mercedes-Benz e Porsche.
Entretanto, o novo esportivo apela para a exclusividade. Segundo a fabricante, o primeiro lote do modelo terá apenas 100 unidades. Ou seja, será muito difícil encontrar um outro Type R rodando por aí. Além disso, o desempenho explosivo do motor 2.0 turbo é um importante fator de compra a favor do modelo da Honda. E quando o lado emocional se sobrepõe ao racional, julgar o preço de um carro é uma imprudência.
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