Ram lança sua primeira picape feita no Brasil; veja preços e impressões

Rampage Rebel 2.0 a gasolina: R$ 249.990

Rampage Laramie 2.0 turbodiesel: R$ 249.990

Rampage Laramie 2.0 a gasolina: R$ 259.990

Rampage R/T 2.0 a gasolina: R$ 269.990

Havia a vontade da Ram de atuar em um segmento onde ainda não estava presente. Por ser construída sobre a mesma plataforma da Fiat Toro, um dos maiores sucessos da Stellantis no Brasil, a Rampage é feita na moderna fábrica de Goiana (PE), ao lado dos Jeep Renegade, Compass e Commander.

A novidade tem 5,02 metros de comprimento, 1,72 metro de altura, 1,88 metro de largura e 2,99 metros de distância entre-eixos. Frente à Toro, a Rampage é 8 cm mais longa, 5 cm mais alta, 4 cm mais larga e possui a mesma medida de entre-eixos. Na versão Rebel, o ângulo de entrada é de 25,7º, o ângulo de saída é de 27,5º e o ângulo de transposição é de 23,6º. A altura em relação ao solo é de 26,4 cm.

"A Rampage tem o tamanho certo para o mercado brasileiro", afirmou Breno Kamei, vice-presidente da Ram para América do Sul.

Apesar do parentesco com a Toro, é difícil enxergar semelhanças na Rampage. O design assinado pelo time de Peter Fassbender é típico Ram, com linhas horizontais e verticais bem delimitadas.

A frente evoca a imponência tão apreciada pelos clientes da marca, com faróis afilados e capô bem alto. Atrás, a caçamba tem paredes bem altas e as lanternas verticais trazem uma bandeira estilizada dos Estados Unidos. Esse símbolo, aliás, é um dos oito Easter Eggs espalhados pelo veículo.

Por dentro, a Rampage tem alguns elementos vindos do Jeep Commander, o modelo mais luxuoso fabricado pela marca de SUVs no Brasil. Mesmo assim, o resultado final dá personalidade à picape da Ram. O acabamento tem ótima qualidade e usa materiais raramente encontrados em produtos nacionais. Pena que existe uma exceção aos painéis das portas de trás, que trocam o couro por plástico para economizar custos.

Para todos os gostos

A Ram soube identificar as vontades de quem anseia por uma picape média. A Rampage possui versões bem diferentes e claramente direcionadas para grupos distintos.

A Laramie aposta na sofisticação. Nota-se pelo excesso de detalhes cromados do lado de fora e no esmerado acabamento em couro marrom. Já a Rebel tem um estilo mais voltado para o off-road. Tem pneus de uso misto, apliques na cor preto fosco e é a única com uma grade exclusiva. É uma cópia da 1500 Rebel em escala reduzida.

A R/T, por sua vez, não esconde o foco na esportividade. Resgata a icônica sigla que remete ao antigo Dodge Charger e ostenta faixas decorativas, rodas pretas de 19 polegadas e um bonito acabamento interno que mescla couro e camurça.

Coração valente

A gama será oferecida em duas opções de motorização.

O motor 2.0 turbodiesel entrega 170 cv e 37,7 kgfm, associado ao câmbio automático de nove marchas. É o mesmo conjunto que equipa os SUVs nacionais da Jeep e a Toro.

A grande novidade é o Hurricane 4, que até então era encontrado apenas no Wrangler. Trata-se de um 2.0 turbo de 272 cv e 40,8 kgfm, que faz da Rampage a picape média mais potente à venda no país. É a mais rápida também, com aceleração de 0 a 100 km/h em meros 6,9 segundos e velocidade máxima de 220 km/h. A transmissão é automática de nove marchas.

Para o que der e vier

Nosso primeiro contato com a Rampage teve experiências na pista e na trilha. Para surpresa de ninguém, a versão R/T foi a escolhida para andar no Circuito dos Cristais, localizado em Curvelo (MG) e que é utilizado como pista de testes pela Stellantis

Logo de cara, chamou atenção o som do motor da Rampage R/T. Liderada por Márcio Tonani, a engenharia da Stellantis projetou um sistema de escape especial para a picape. O resultado é um ronco bastante encorpado com direito até aos famosos "pipocos" no corte de giro e nas reduções.

A versão esportiva acelera com gosto e exibe uma estabilidade surpreendente para uma picape, sobretudo nas curvas. Embora o rolamento da carroceria seja inevitável pelo fato de ser uma picape, esse comportamento é muito menos acentuado do que em outros modelos.

A direção tem respostas bastante diretas e o isolamento acústico é muito bom. O raio de giro ruim, que é um dos grandes defeitos da Toro, felizmente foi corrigido na Rampage.

Na terra, a escolhida foi a Rampage Rebel. Mesmo com pneus de uso misto, o carro teve desenvoltura para encarar trechos bem enlameados e atravessar alagamentos, com a devida ajuda da tração 4x4 com reduzida.

Para tornar a tarefa mais complexa, a Ram colocou um saco de 500 kg na caçamba, que suporta até 1.015 kg nas versões a diesel - nas configurações a gasolina é de 750 kg. A caçamba, aliás, tem volume máximo de 980 litros e traz protetor para impedir riscos e danos ao acomodar a carga.

Conteúdo é generoso

A lista de equipamentos de série é bastante semelhante em todas as versões. A Rampage tem sete airbags, faróis e lanternas em LED, assistente de partida em rampas, controles de estabilidade e de tração, painel digital com tela de 10,3 polegadas, central multimídia com tela tátil horizontal de 12,3 polegadas e rodas de 18 polegadas (aro 19 na R/T).

Há um pacote completo de assistências à condução, com alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, piloto automático adaptativo, assistente de permanência em faixa de rolamento com correção de trajetória, alerta de tráfego cruzado traseiro, farol alto inteligente e sensor de pontos cegos.

Basicamente o que muda entre cada versão são os itens externos. A grade frontal é cromada na Laramie e preta na Rebel e R/T, enquanto as rodas têm desenhos bem diferentes entre si. O acabamento dos bancos também varia conforme a configuração.

Como opcional, a marca disponibiliza o Pack Elite, que acrescenta som Harman Kardon, banco do passageiro com regulagens elétricas e luz ambiente por R$ 6 mil. São sete opções de cores: a sólida Vermelho Flame; as metálicas Prata Billet, Azul Patriot, Maximum Steel, Preto Diamond; a perolizada Branco Pérola e a exclusiva Sting Grey. As tonalidades metálicas e perolizada cobram R$ 2 mil a mais, enquanto a Sting Grey não terá custo adicional.

Agradando aos dois lados

A Ram disponibiliza uma gama com mais de 35 acessórios para personalização. Entre eles estão itens como santantônio, capota elétrica, estribos elétricos, soleiras das portas iluminadas em LED e engate. Esses equipamentos estão todos no conceito Hurricane, exibido durante a apresentação da Rampage.

A fabricante oferecerá um plano de revisão de 60 mil quilômetros com valores competitivos. No caso da Rampage movida a gasolina, o pacote sairá por R$ 6.120, ou quase R$ 4 mil a menos do que na Ford Maverick. Já nas versões movidas a diesel o valor total será de R$ 4.464 - aqui a diferença para as rivais chega a mais de R$ 7 mil quando o concorrente é a Toyota Hilux.

O cliente poderá ainda realizar serviços de estética automotiva quando deixar seu carro para revisão. Assim, a picape será devolvida com lavagem, higienização interna e cristalização da pintura. É possível também contratar uma garantia estendida de 12 ou 24 meses.

Vale a pena?

Sim. Além de ser muito bonita, ela encanta quem a conhece na intimidade. Embora seja um pouco menor do que seus concorrentes, a Rampage entrega um nível de sofisticação e tecnologia inexistentes no segmento. Isso sem falar do desempenho das versões movidas a gasolina, que não ficam devendo para nenhum esportivo na faixa dos R$ 250 mil.

É verdade que o espaço interno não é tão generoso, mas as dimensões mais comedidas fazem da Rampage uma companhia ideal para as grandes cidades. Tudo isso sem deixar a desejar nas incursões fora-de-estrada, onde a picape se vira com habilidade.

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