Toyota fora do ABC: qual o futuro da fábrica histórica fechada após 60 anos
Em abril de 2022 a Toyota surpreendeu ao anunciar o fechamento de sua fábrica em São Bernardo do Campo (SP). A instalação histórica foi a primeira da marca japonesa fora do Japão e abrigava 500 funcionários. Passado um ano do anúncio, qual foi o destino da indústria instalada no ABC paulista?
Parte da fábrica foi vendida para a fabricante de tubos Ipiranga, que atua no local desde abril. A outra ala ainda está em uso pela fabricante japonesa, mas que diz ainda negociar a venda do espaço para outra empresa. Nenhuma das duas companhias deu detalhes sobre valores envolvidos na compra.
A fábrica do ABC paulista foi a primeira da Toyota fora do Japão e era uma das mais antigas do Brasil. Inaugurada em 1962, vinha sendo responsável por produzir peças para a linha de motores em Porto Feliz (SP) e componentes de exportação para a montagem do motor do sedã Camry, nos Estados Unidos.
Dos anos 1960 até meados dos anos 1990, a Toyota fabricou uma versão nacional do Land Cruiser, que ficou conhecido no Brasil como Bandeirante.
A decisão de fechamento e venda das instalações no ABC fez parte de uma reestruturação da Toyota para transferir sua produção para as três unidades no interior paulista: Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba. Os 500 funcionários seriam transferidos se quisessem se mudar para uma das três cidades.
A venda faz parte de um processo de fuga das empresas automotivas da região do ABC, que começou nos anos 1990 e se agravou na última década. Em 2019, a Ford anunciou a saída do país como fabricante e vendeu sua fábrica em São Bernardo do Campo.
Mais tarde, em setembro, a Mercedes-Benz, que também tem sede na cidade, chegou a anunciar 3.600 demissões, mas, em um acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, abriu um PDV (Programa de Demissão Voluntária).
Segundo o sindicato, mais da metade desses 3.600 eram contratos temporários cumpridos até o fim e quem não aderiu ao PDV acabou realocado dentro da própria fábrica.
Em maio deste ano, a Bridgestone demitiu 600 funcionários em Santo André e anunciou o fim da fabricação de pneus de carros de passeio, que passaram a ser feitos na Bahia. A unidade do ABC ficou com a produção de pneus de caminhões, tratores e off-road e molas pneumáticas.
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