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Aluguel, assinatura ou compra: o que vale mais para ter um carro na garagem

Fernando Pedroso

Colaboração para o UOL

26/06/2023 04h00

Com a maior taxa de juros reais do mundo, fazer um financiamento no Brasil para comprar um carro zero km nem sempre pode ser vantajoso. De olho nisso, locadoras e montadoras lançaram serviços de assinatura.

Em resumo, você paga uma taxa mensal para usar o carro em contratos que podem durar de 12 a 48 meses e, embutido nisso, já vem os gastos que o proprietário de um veículo teria com impostos e taxas, manutenção e seguro.

Aluguel x assinatura

A escolha pela assinatura costuma ser vantajosa para quem usa o carro no dia a dia, diferente da utilização pontual de quem opta pelo aluguel tradicional.

No aluguel, o consumidor paga mais, mas tem a vantagem de poder trocar de carro com frequência, já que os períodos são menores. As empresas também não costumam cobrar multas em caso de devolução antecipada.

No caso da assinatura, é preciso, no entanto, ficar atento ao contrato. A Proteste, associação que defende os direitos do consumidor, alerta para multas e outros gastos caso o assinante queira romper o contrato.

Outro alerta é para o limite de quilometragem imposta pelas empresas.

Quanto custa?

A reportagem simulou a assinatura de um Renault Kwid Zen, carro mais barato do Brasil. O plano escolhido foi de 48 meses com limite de 1.000 km mensais. A Renault OnDemand, operadora da fabricante, cobra R$ 0,50 por quilômetro excedente.

O valor cobrado é de R$ 1.649 por mês, lembrando que a taxa já cobre documentação, IPVA, licenciamento, emplacamento, seguro e manutenções.

O aluguel simulado para um carro na mesma categoria do Kwid em uma grande locadora custaria R$ 2.172,58 durante um mês todo. A categoria também inclui despesas com seguro e eventuais manutenções nestes 30 dias.

Ainda vale comprar carro?

É também importante fazer as contas para ver se não vale a pena mesmo comprar um carro. Para pagar R$ 1.616,15 em cada uma das 48 parcelas, é preciso primeiro dar uma entrada de pelo menos R$ 17.500. A maioria dos bancos não financia sem entrada.

É preciso somar também o custo de seguro, manutenção, impostos e taxas, mas, no final dos 48 meses, o comprador vai ter um carro que, mesmo desvalorizado, ainda vai ter valor de revenda. No serviço de assinatura, a opção será devolver o carro, renovar o contrato ou trocar por outro.

Para Bruno Rodrigues, especialista em finanças pessoais, uma alternativa mais barata é pensar em um carro usado que, apesar dos juros mais altos no financiamento, pode ser vantagem diante da assinatura.

"O carro mais barato você pode negociar valor, consegue ter outros tipos de condições de pagamento. A vantagem de comprar um carro que não é zero, você tem a possibilidade de uma parcela menor. Com impostos e seguro, dá para ficar mais barato que os R$ 1.600 da assinatura do Kwid", disse.

Rodrigues também dá a dica de pagar impostos e o seguro, que são gastos sazonais, à vista. "Normalmente esses gastos casam com o 13º ou bonificações", afirmou.

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