Golpe da roda torta: como más oficinas implantam defeito em peças boas
Nas mãos de pessoas desonestas, as oficinas mecânicas costumam ser o ambiente perfeito para enrolar os clientes. Desta vez, um profissional da área de rodas e pneus viralizou nas redes após desvendar um golpe que faz qualquer roda boa ser diagnosticada com empenamento.
Na realidade, o golpe consiste justamente em fazer o próprio dono do carro testemunhar o "defeito", que na verdade é implantado antes do mau profissional instalar a roda em uma máquina que a rotaciona em alta velocidade - ferramenta que serve para a realização dos testes.
Para o golpe dar certo, o cliente não pode ver o momento em que uma pequena peça de chumbo é grudada na parte da roda onde se prende o cubo. Mas conversando com especialistas da área, descobrimos que maquiar a situação está entre as tarefas mais simples para os golpistas.
No vídeo, o profissional está demonstrando como o defeito é implantado. Na vida real, ocorre de o cliente nem estar junto da pessoa que forjou a peça, no momento em que isso é feito. Por isso que, ainda que nem sempre seja possível, o ideal é sempre estar por perto para acompanhar a avaliação do profissional. Mas o principal é levar em um local de confiança, indicado por alguém que também seja confiável, por exemplo Alexandre Barros Pinho, sócio-proprietário da WTC Express.
Há casos ainda mais absurdos
O exemplo que bombou nas redes é apenas um entre os vários tipos de golpes que existem por aí.
O especialista comenta, inclusive, que o próprio procedimento adotado por alguns profissionais não é sequer adequado.
Segundo ele, para muitos, importa apenas vender os serviços e, enquanto isso, a procedência acaba ficando em último lugar na lista de prioridades.
Já tive cliente, dono de um carro impecável, que relatou ter ido a um centro automotivo trocar apenas um pneu, mas voltou de lá com uma conta de R$ 10 mil. Condenaram várias peças, entre elas, estava um amortecedor novo, que eu tinha trocado não fazia muito tempo, e o que os caras fizeram foi substituí-lo por um que estava completamente danificado. Aí, logicamente, o veículo saiu de lá fazendo barulho. No final, foi o maior problema para resolver, com aquela oficina, por meio da garantia daquele serviço
O especialista usa esse caso como exemplo para alertar que a picaretagem age em cima de problemas simples, complexos, ou até mesmo em cima de problema algum.
Barros explica que isso é comum especialmente em centros automotivos, mas que ocorre também em oficinas de procedência duvidosa e até mesmo em concessionárias - cujo modo de trabalhar costuma consistir na troca de peças, ao invés da reparação, segundo ele.
Uma pessoa que não é do ramo, acaba acreditando. Às vezes, para esses maus profissionais, é mais difícil de enrolar um cliente que já chega com a peça defeituosa do que quando ela está boa. Quando é o caso de fazer picaretagem, basta apenas desplugar alguns cabos ou jogar óleo em cima de uma bucha para fazer o cliente acreditar que é necessário sair trocando várias coisas
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