Elon Musk chinês? Quem é o bilionário que trará a BYD para o Brasil
No mundo todo, Elon Musk e a Tesla (sua empresa) costumam ser os nomes mais associados aos carros elétricos. Apesar disso, a BYD é a maior produtora de veículos elétricos do planeta. De quebra, a marca chinesa já confirmou que abrirá uma nova fábrica na Bahia. Quem é que está por trás da empresa que promete revolucionar o mercado brasileiro?
O nome dele é Wang Chuanfu, de 57 anos. Enquanto muitos costumam associar o chinês ao rival Elon Musk, Stella Li, vice-presidente global da BYD, já deu declarações que o considera mais "uma mistura entre Jack Welch e Thomas Edison".
O primeiro nome foi uma das maiores referências em liderança e gestão empresarial do mundo, atuando por 20 anos como CEO da General Eletrics (GE), enquanto o segundo foi empresário e inventor, sendo responsável pela criação da lâmpada incandescente.
Hoje bilionário (com fortuna avaliada em 2023 de US$ 19,9 bilhões, ou cerca de R$ 95,5 bilhões, no câmbio atual), Chuanfu fundou a BYD em 1985, aos 19 anos de idade. Só que, na época, fabricava baterias para celulares e câmeras digitais.
Trajetória
Mesmo com a empresa iniciada, até o início dos anos 90 trabalhava como pesquisador de nível médio no Instituto Geral de Pesquisa de Metais Não-Ferrosos, um laboratório do governo chinês que buscava inovações em metalurgia. Por lá, cuidava das matérias-primas essenciais à fabricação de baterias para produtos eletrônicos. Após adquirir conhecimento, resolveu aplicar tudo o que havia aprendido dentro do setor privado.
À medida que laptops e telefones celulares a lítio se tornaram comuns no final da década de 1990, os baixos custos e os métodos de produção ágeis permitiram que ela e outras empresas chinesas desbancassem os japoneses, que até então eram os maiores fornecedores diretos. No início dos anos 2000, as baterias da BYD equipavam eletrônicos da Nokia, ferramentas da Black & Decker, notebooks da Dell e até o telefone Motorola Razr.
Enquanto a Tesla começava a se tornar famosa, a BYD ainda estava eletrificando veículos menos glamourosos e construindo um negócio fornecendo painéis solares e outras infraestruturas. Os primórdios da mudança ocorreram em 2002, quando a marca chinesa abriu o capital em Hong Kong e, no ano seguinte, comprou uma participação majoritária na Xi'an Qinchuan Auto, uma montadora estatal problemática.
Quando Wang, na época, disse ao mercado que passaria a focar a produção em carros elétricos, as ações da BYD chegaram a cair 80% do valor. O empresário foi insistente e seguiu com a ideia mesmo assim.
Wang afirma estar muito menos preocupado com sucesso pessoal. "Isso é menos importante", diz ele. "O impulso para mim é criar uma nova indústria". E objetivo do empresário é tornar a BYD na principal facilitadora mundial de mobilidade elétrica - como se fosse uma Exxon Mobil ou a General Motors, só que na "era dos gigawatts".
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* Com informações da Bloomberg
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