Gangue da pedrada: onda de assaltos a carros causa pânico no trânsito de SP

No último dia 5, o apresentador e ex-jogador de futebol Neto virou manchete ao reagir a um assalto.

Na ocasião, o ex-atleta do Corinthians tentou perseguir assaltantes que levaram um celular do carro onde ele estava, na capital paulista.

O caso envolvendo Neto não é isolado e praticamente todos os dias surgem relatos de ataques a automóveis, nos quais criminosos usam algum objeto para quebrar o vidro do veículo e levar o telefone instalado no suporte e outros objetos de valor no interior do automóvel.

Vídeos que circulam nas redes sociais comprovam que, na maior parte das ocorrências, os bandidos não agem sozinhos e têm pelo menos um comparsa a lhes dar cobertura. Essa característica, somada à quebra do vidro, fez com que esses assaltantes ficassem conhecidos como gangue da pedrada.

Segundo o policial federal e instrutor de defesa pessoal Fábio Henriques, os bandidos ficam à espreita de potenciais vítimas na beira de avenidas movimentadas da cidade de São Paulo - especialmente na região central e, mais especificamente, nos arredores da chamada "cracolândia".

Reportagem do UOL já demonstrou que é nessa região, que inclui o bairro da Luz e é frequentada por usuários de drogas, que celulares e outros objetos são entregues a receptadores ou revendidos diretamente por preços muito abaixo do mercado.

Henriques destaca que, em vários ataques, o vidro do carro nem chega a ser quebrado: os assaltantes buscam motoristas e passageiros desatentos e rodando com os vidros abertos e itens expostos.

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Assim que eles conseguem agarrar o smartphone ou outro objeto, os bandidos saem correndo em meio ao trânsito e logo "desaparecem" com o produto do assalto.

São criminosos organizados e especializados no que fazem. Eles dificilmente agem sozinhos e têm uma comunicação não verbal para a seleção de potenciais vítimas. Os integrantes dessa gangue têm uma técnica específica para romper rapidamente o vidro e projetar o próprio corpo para dentro do veículo Fábio Henriques, policial federal e instrutor de defesa pessoal

Henriques acrescenta que esses assaltantes levam no bolso um objeto para quebrar o vidro lateral, como pedra, ímã e até a vela de ignição utilizada em motores a combustão.

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"Eles sabem se aproximar pelo ponto cego do veículo, para que a vítima não consiga visualizá-los no retrovisor e ser surpreendida. É bom lembrar que o ataque pode não ficar restrito ao assalto e resultar em ferimentos por estilhaços do vidro ou pelo impacto de pedra ou outro objeto lançado".

Polícia informa prisões de suspeitos

Consultada sobre a série de ataques, a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo) informa que "monitora as novas modalidades de crimes e trabalha no desenvolvimento de políticas públicas para combatê-las na cidade de São Paulo e região".

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O órgão menciona operação do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) que resultou na prisão de dois suspeitos de assalto a motoristas na Rua Professor Laerte Ramos de Carvalho, paralela à Ponte Júlio de Mesquita Filho, na região da Bela Vista, na última segunda-feira (10).

A SSP diz, ainda, que no mesmo dia policiais do 5º Distrito Policial (Aclimação) detiveram mais dois homens e um adolescente em operação de combate a roubos no trânsito.

Especificamente em relação ao caso envolvendo Neto, a secretaria diz que, "na terça-feira (11), em ação do 6º DP (Cambuci), foi preso um dos envolvidos no roubo do celular de um apresentador de televisão".

"As investigações continuam pela 3ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (CERCO) para identificar outros suspeitos e esclarecer o crime", diz nota enviada a UOL Carros.

Como não virar vítima da gangue da pedrada

Ex-jogador Neto reagiu a assalto e perseguiu bandidos para recuperar celular levado do interior de veículo
Ex-jogador Neto reagiu a assalto e perseguiu bandidos para recuperar celular levado do interior de veículo Imagem: Reprodução/Band TV
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Antes de mais nada, Fábio Henriques destaca a importância de sempre observar o ambiente ao redor para antecipar eventual ataque e adaptar-se às circunstâncias.

O especialista aponta as seguintes orientações para minimizar o risco de ataque:

Prefira circular sempre com os vidros fechados

Se possível, rode em automóvel blindado

Caso contrário, o uso de película convencional ou do tipo antivandalismo dificulta ou até impede o ingresso no interior do veículo

No trânsito, evite ficar próximo demais do carro imediatamente à frente. Isso dificulta a visão do entorno e impede eventual manobra de fuga

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Evite deixar o celular exposto no suporte de para-brisa

Nunca deixe outros objetos de valor à vista de potenciais assaltantes

Caso perceba a aproximação de assaltante, utilize a buzina para tentar espantá-lo

Se você for assaltado, nunca reaja nem tente perseguir o criminosos

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