O mistério do carro cortado ao meio que foi resgatado para voltar à vida
Por que um carro seria cortado ao meio? E como foi cortado em duas partes tão perfeitamente? É certo que muitos fizeram essas perguntas durante os últimos 31 anos, tempo de existência de um Chevrolet Omega cor-de-vinho que foi dividido em duas metades - incluindo componentes como motor, transmissão, tanque de combustível e até o rádio.
De fato, quem tem menos de 40 anos e não é entusiasta do Omega provavelmente não faz ideia da existência desse carro, mas ele existe e acaba de ser resgatado para ganhar nova vida.
Quem conta a história é o empresário paulista Alexandre Badolato, colecionador de carros antigos que se tornou o guardião do inusitado sedã.
Administrador do canal Agbadolato no YouTube, onde tem exibido a saga do Omega cortado, Alexandre conta que o automóvel estava no pátio do Senai do Ipiranga, na Zona Sul da capital paulista.
Carro cortado com 'passe de mágica'
Segundo Badolato, o sedã já esteve guardado em outros locais ao longo das últimas três décadas e tem uma história bastante especial: foi a grande sensação do Salão do Automóvel em outubro de 1992, quando a General Motors lançou o Omega como o moderno substituto do já cansado Chevrolet Opala.
Um vídeo antigo da época mostra como foi a primeira aparição pública do exemplar que é tema desta reportagem:
No dia 16 de outubro de 1992, no centro de exposições Anhembi, o carro surge em meio a dançarinas e um mágico, usando uma espécie de lanterna, "corta" o automóvel.
Obviamente, tudo não passou de uma encenação, como se o tal mágico tivesse usado um raio laser para seccionar o Chevrolet.
Desde então, de acordo com Alexandre, o Omega com chassi de número 37 participou de exposições até parar no Senai - que repassou o carro histórico para Badolato restaurar e preservar.
Retorno à velha forma
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Quero receberAntes que alguém pergunte, a ideia não é unir as metades e transformar o sedã em um automóvel funcional, capaz de rodar. Na verdade, o objetivo é recuperar partes desgastadas com o passar do tempo e substituir peças que sumiram ou foram danificadas durante as últimas três décadas.
É inusitado esse carro ter sobrevivido. Normalmente, a indústria pega veículos como esse, feitos para eventos e exposições, e posteriormente os desmancham. Só que, agora, ele veio para a gente e estamos fazendo o processo de restauração" Alexandre Badolato, colecionador de carros antigos
Apesar da necessidade de limpeza e de reparos, o colecionador enfatiza que o carro está "muito bom" e fará companhia a outros Omega da coleção - dentre eles, o primeiro já fabricado no Brasil.
"Como é um carro tão diferente do que havia na época do seu lançamento, e também devido à grande repercussão que ele causou, tem uma importância histórica. Vai ser legal para compor o acervo que a gente já tem", diz Badolato, dono de diversos exemplares clássicos da Chevrolet do maior acervo conhecido de veículos Dodge nacionais.
Como foi cortado?
Esse é um mistério envolvendo o Omega cortado ao meio que ainda não foi esclarecido.
Como várias peças não foram totalmente seccionadas pela metade, como parafusos que mantiveram a respectiva cabeça, conclui-se que ao menos parte dos componentes tenha sido cortada separadamente, com posterior montagem do veículo.
Badolato destaca que o Omega foi entregue inteiro a uma oficina contratada pela GM para seccionar o veículo.
Fotos da época repassadas ao colecionador mostram o sedã sendo preparado nesta oficina antes do Salão do Automóvel de 1992.
Contudo, resta esclarecer como os cortes foram realizados, considerando que não há rebarbas e trata-se de materiais com diferentes consistências, como plástico, metal e espuma.
E você, o que achou do Omega cortado ao meio?
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