Como é o motor sem pistões que foi sensação, sumiu e voltou eletrificado
Fernando Pedroso
Colaboração para o UOL
03/08/2023 04h00
Quem acompanha o mercado de carros deve estar familiarizado com motores em linha de três, quatro, cinco ou seis cilindros, V6, V8, W16, entre outros. Mas a indústria não produziu apenas propulsores com pistões. O exemplar 'diferente' mais conhecido é o Wankel, ou comumente chamado de rotativo.
Ele funciona em quatro tempos: admissão, compressão, explosão (ignição) e exaustão, igual aos propulsores de ciclo Otto ou Atkinson de pistões, mas, ao invés do movimento vertical das bielas, ele usa rotores.
Os rotores são triangulares com as pontas arredondadas e giram dentro de um cilindro em torno de um eixo e basicamente apenas essas três peças são suficientes para o funcionamento. Cada face do triângulo exerce uma função em todos os ciclos do motor. Com isso, bielas, válvulas e pistões são dispensados.
Por ter menos peças, os rotativos são menores e mais leves, além de terem um funcionamento muito mais suave. Também era possível extrair mais potência de blocos menores. O Mazda RX-8, por exemplo, um dos últimos carros a utilizar o Wankel até 2011, era 1.3 e tinha 240 cv sem turbo ou compressor.
Os motores rotativos ganharam fama em carros da Mazda, pois foi a marca que mais utilizou os Wankel. Apesar disso, ficou marcado por equipar o Mercedes C-111 de 1969, esportivo que chegava a 100 km/h em cerca de 5 segundos. Assombroso para a época.
Carros da NSU, Citroën e Chevrolet também foram equipados com rotativos no passado, mas nenhum chegou oficialmente ao Brasil.
Esse tipo de propulsor foi caindo em desuso devido ao alto consumo e ao baixo torque em rotações menores. Mas não foi totalmente abandonado.
Em janeiro deste ano a Mazda apresentou o MX-30 R-EV, um SUV híbrido plug-in que utiliza um motor rotativo a gasolina como gerador. Ele tem 830 cm³, 75 cv e 11,8 kgfm. A combinação dele com o motor elétrico de 170 cv rende mais de 600 km de autonomia, segundo a marca.
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