Asfalto novo e sem multa: como recapeamento está paralisando radares em SP

Quem mora na capital paulista provavelmente se deparou com as obras do programa de recapeamento da prefeitura, que diz já ter recuperado o asfalto de 6 milhões de metros quadrados de vias desde junho de 2022.

Com orçamento de R$ 2,7 bilhões em 2023, a iniciativa é uma das principais bandeiras da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e prevê recapear e recuperar 20 milhões de metros quadrados de pavimento até 2024.

A cargo da Secretaria das Subprefeituras, uma obra desse porte traz claros benefícios e alguns transtornos inevitáveis à circulação de veículos e pessoas - os trabalhos, inclusive, têm afetado o correto funcionamento de radares no município.

Muitos desses radares, especialmente aqueles que fiscalizam excesso de velocidade e desrespeito ao semáforo vermelho, utilizam sensores instalados no asfalto, chamados de "laços detetores".

Conforme UOL Carros constatou em vias nos arredores dos bairros Pompeia, Sumarezinho e Sumaré, na Zona Oeste da capital, tais sensores têm sido removidos durante o recapeamento, desativando temporariamente radares com essa tecnologia e impedindo a fiscalização das infrações mencionadas acima até que os laços sejam repostos.

A mesma coisa tem acontecido em outras regiões da cidade. Por meio de nota, a prefeitura informa que as vias contempladas pelo programa, de fato, "têm toda sua camada asfáltica trocada por uma nova".

Sensores são posteriormente repostos

Trabalhos de recapeamento asfáltico têm sido realizados preferencialmente à noite para não afetar tanto o trânsito
Trabalhos de recapeamento asfáltico têm sido realizados preferencialmente à noite para não afetar tanto o trânsito Imagem: Divulgação

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Órgão vinculado à Secretaria Municipal de Mobilidade e Trânsito, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informa que, "após a conclusão total do serviço de recapeamento realizado pela Secretaria das Subprefeituras, aciona as empresas contratadas para recomposição dos laços detetores dos equipamentos de fiscalização eletrônica que porventura estejam na área recapeada".

A CET acrescenta que é possível acompanhar as obras em execução e com recapeamento finalizado por meio do portal da Prefeitura de São Paulo. Contudo, a empresa não informa quanto tempo demora, em média, para executar a reposição dos sensores - e, com isso, reativar os respectivos equipamentos de fiscalização.

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Vale destacar que há diferentes tipos de equipamentos eletrônicos de fiscalização de trânsito e nem todos fazem uso dos laços detetores:

Medidor de velocidade de sensores de superfície: é aquele que traz "laços" ou sensores instalados sob ou sobre a superfície da via, para a medição da velocidade e a detecção de veículos que passaram com o semáforo vermelho

Medidor de velocidade ótico: utiliza feixe de luz ou raios infravermelhos para calcular a velocidade de determinado veículo

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Radar: transmite e recebe ondas de rádio para medição da velocidade do veículo

OCR: por meio de uma câmera, é capaz de registrar e identificar os caracteres da placa do veículo para auxiliar na fiscalização de licenciamento vencido e desrespeito ao rodízio, por exemplo

Como ficam faixas de pedestres e sinalização no asfalto?

Além da remoção dos sensores dos radares, os trabalhos de recapeamento naturalmente exigem a reposição das pinturas no asfalto que compõem a sinalização, como faixas de pedestre.

A CET informa que o processo de repintura do solo "é iniciado pela companhia assim que o trabalho de recapeamento é totalmente concluído".

A conclusão de toda a sinalização depende da complexidade e da extensão de cada via. Alguns fatores, como as chuvas, podem interferir no cronograma, já que não é possível sinalizar uma via que esteja úmida. Somente em 2023, a CET já executou ou está executando 318 projetos de sinalização de vias Companhia de Engenharia de Tráfego da Prefeitura de São Paulo

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Em relação ao impacto no trânsito, a Secretaria das Subprefeituras afirma que "serviço acontece, preferencialmente, depois das 23h, para não prejudicar a mobilidade".

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