'Braço duro': saiba quando posição do motorista ao volante pode ser fatal

Postura ao volante do carro é coisa séria. Quando o motorista ajusta o corpo da forma incorreta, ele se torna um dos responsáveis tanto pela causa quanto pela consequência da ocorrência de acidentes. Aliás, as chances de que eles venham a ser fatais até aumentam. Na melhor das hipóteses, quem guia com mau jeito tem tudo para chegar no destino com dores e fadiga no corpo - o que não deixa de ser algo bem desagradável.

Enquanto há aqueles que gostam de recuar demais o banco para manter o braço esticado por cima do volante, os mais medrosos e inseguros, por sua vez, preferem ficar muito perto da direção, com os braços bem dobrados e tensionados, pois costumam achar que isso aumenta a segurança - quando, na realidade, ocorre o oposto.

O ponto é que quem se posiciona ao volante da maneira errada, seja de um jeito quanto de outro, está ignorando as instruções que as autoescolas ensinam - ou ao menos deveriam.

Se o motorista está desconfortável e precisa fazer movimentos bruscos para alcançar os controles do veículo ou ter uma visualização adequada, a sua atenção no trânsito fica comprometida, colocando em risco a si e aos demais. Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran-SP, em material divulgado pela entidade de trânsito

O que acidentes podem fazer com quem adota a postura do "braço duro"

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Imagem: Divulgação

Entre os riscos que esse tipo de condutor corre em caso de acidentes - inclusive no sentido de aumentar as chances de que sejam fatais - ao dirigir com o banco muito para a frente, estão:

Perda da precisão e da agilidade na condução do veículo

Redução da margem de espaço para que o corpo se movimente com segurança após o impacto

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Maior proximidade das pernas dos ocupantes à parte inferior do painel do carro, algo que aumenta as chances de lesões em acidentes

A situação piora quando há invasão de partes do painel sobre as pernas dos ocupantes - fenômeno que costuma ocorrer com maior frequência nos carros mais antigos ou naqueles com segurança mais deficiente

Maior proximidade da pessoa a partes como o volante, algo que aumenta a probabilidade e a violência com a qual irá colidir contra o componente. Isso pode levar a lesões nas mãos, braços, cabeça, olhos, nariz, dentes, maxilar, peitoral e até pescoço, dependendo da altura da pessoa e do ajuste do banco em relação ao da direção

Quando o volante tem airbag, a eficácia do equipamento de segurança diminui e, inclusive, ele pode acabar se tornando um novo elemento de perigo. Primeiramente, quando se está muito perto do airbag no momento do seu acionamento, ele não irá proteger adequadamente - uma vez que o espaço livre será menor do que o aquele com o qual ele foi projetado para funcionar. Com isso, dentre as possibilidades, pode até ser que ele nem infle por completo, por exemplo.

Em segundo lugar, aumentam as chances de queimaduras e até de asfixia após a explosão do dispositivo. Vale lembrar que, quanto maior a proximidade da pessoa em relação ao airbag, maior será a violência com a qual ele irá atingir o condutor - e, por isso, menores são as chances de que ele se comporte da forma como foi projetado.

A Sociedade Americana de Trauma Ocular realizou estudos estatísticos que mostram que 8,9% das lesões oculares são causadas por acidentes com veículos automotores. Os acidentes automobilísticos também são a principal fonte de lesões oculares do tipo "bilaterais", que podem ser causadas pelo acidente e/ou pela abertura dos airbags.

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Fato curioso é que as bolsas costumam inflar a velocidades que podem superar os 300 km/h, com abertura total feita em menos de 50 milissegundos.

Qual é a posição recomendada pelo Detran-SP

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Ao sentar: o banco do veículo deve ter uma inclinação pequena, em torno de 100º. Encostos muito retos, depois de um tempo prolongado, provocam desconforto. A coluna deve estar totalmente apoiada no encosto e a altura do banco e sua aproximação em relação ao painel devem permitir que os pés alcancem os pedais sem esforço

Espelhos: arrumar corretamente os espelhos também influencia na postura. Os espelhos devem permitir boa visualização, sem necessidade de inclinação e rotação do tronco e da cabeça do motorista

Braços: devem ficar ligeiramente dobrados. O volante não pode ficar encostado nas pernas e não pode estar muito distante, a ponto de os braços ficarem estendidos demais. Braços muito esticados geram dor nos ombros e pescoço

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Pernas: os joelhos devem ficar ligeiramente dobrados. O controle constante do veículo por meio dos pedais provoca dores nas pernas e, ao longo dia, sobrecarrega a região inferior das costas. A dica para aliviar a tensão é apoiar os pés completamente no chão do veículo, sempre que possível, para um breve descanso

Cabeça: o encosto da cabeça permite que haja uma distribuição do peso da cabeça entre o pescoço e o encosto, evitando a sobrecarga da coluna cervical e ombros. O correto ajuste do encosto da cabeça evita um movimento chamado 'chicote', onde a cabeça é projetada bruscamente para frente e para trás, caso haja uma colisão traseira do veículo, além de prevenir dores musculares

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