Roubos e furtos de motos: 5 dicas para não ser surpreendido por bandidos

O roubo e furto de motos têm aumentado nos últimos anos e se tornou uma verdadeira "epidemia" em São Paulo. No primeiro semestre deste ano, foram registrados uma média de 100 roubos ou furtos de motos por dia no Estado.

Foram 18.292 ocorrências, entre janeiro e junho de 2023, e 17.073, no mesmo período do ano passado - uma alta de 7,14%. Os dados estão no boletim divulgado em parceria pela Tracker, empresa de rastreamento, e a Fecap (Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado).

A análise também fez um levantamento dos dias, horários e locais onde mais acontecem os roubos e furtos de motos. Com base nesses dados e nas dicas dos especialistas, elaboramos algumas dicas para que você não seja surpreendido pelos bandidos e tenha sua moto roubada ou furtada.

Não estacione na rua

Embora o número de roubos em geral tenha recuado 10,42%, o crescimento foi impulsionado, principalmente, pelos furtos, que aumentaram 16,24% na comparação com os seis primeiros meses de 2022. Portanto, estacionar a moto em bolsões nas ruas representa um perigo para os motociclistas. O ideal é parar em um estacionamento.

Contudo, em alguns locais, o motociclista acaba sendo obrigado a deixar sua moto estacionada na rua. Se não houver outro jeito, sempre trave o guidão da moto e use algum dispositivo antifurto. Correntes e cadeados comuns são facilmente burlados por ladrões especializados, por isso prefira travas de disco em aço inox ou carbono. Afinal, segundo o experiente mecânico, Marcelo Peixoto: "entre uma moto travada e com dispositivo antifurto e outra 'solta', o ladrão com certeza vai escolher a mais fácil de levar".

Tome cuidado nos fins de semana

De acordo com o Boletim Tracker-Fecap, os furtos estão bem distribuídos ao longo dos dias da semana, porém aos sábados e domingos acontecem 30,41% dos incidentes em geral.

Já no caso dos roubos, o domingo é o dia preferido pelos ladrões, com 32,25% das motos roubadas no Estado de São Paulo. Se somarmos com as ocorrências registradas aos sábados, esse percentual chega a 51%, ou seja, mais da metade das ocorrências de roubos de motos acontecem no fim de semana.

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Motos grandes são mais roubadas

Se levarmos em conta apenas as motos de alta cilindrada, ou seja, acima de 600 cc, a situação é ainda mais grave. Entre janeiro e junho deste ano, houve 794 roubos e furtos de motos grandes. O volume representa, praticamente, o dobro do registrado no mesmo período de 2022 (400 ocorrências).

A situação dos roubos de motocicletas de alta cilindrada no Estado de São Paulo tem se agravado consistentemente desde 2022. O aumento de ocorrências é particularmente alarmante, pois mostra um padrão claro de crescimento contínuo e preocupante", analisa o coordenador do Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da FECAP, Erivaldo Costa Vieira.

Em motos de alta cilindrada, porém, os roubos são mais comuns do que os furtos. Das 794 motos acima de 600 cc levadas no primeiro semestre deste ano, 613 foram roubadas, isto é, levadas sob ameaça ou uso de violência.

"Isso está atrelado a utilização da motocicleta. O proprietário costuma utilizar estes modelos para o lazer. Portanto não deixa o veículo estacionado nas ruas, local onde normalmente acontecem os furtos", afirma o coordenador do Comando de Operações do Grupo Tracker, Vitor Corrêa.

Segundo a pesquisa, foi possível identificar que a Avenida dos Bandeirantes registrou sete casos de roubos, seguida da Rodovia dos Imigrantes e Rodovia Fernão Dias, ambas com quatro ocorrências. "Muitos dos logradouros citados são vias de grande fluxo, o que pode indicar um alvo preferencial para criminosos", complementa Erivaldo Costa Vieira.

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Uma das alternativas encontradas pelos motociclistas é combinar passeios em grupos o que inibe a atuação dos ladrões. Outros motociclistas, porém, já buscaram soluções mais radicais. Para evitar esse tipo de crime, alguns proprietários, inclusive, têm deixado suas motos estacionadas já fora da capital paulista.

"Temos um grupo de amigos que aluga uma garagem em Alphaville para guardar suas motos. Tudo para não sair rodando com elas nas marginais de São Paulo", revela um empresário, proprietário de uma BMW R 1250 GS, que preferiu não se identificar.

Atenção ao sair e chegar em casa

Segundo o consultor de segurança Diógenes Lucca, um dos criadores do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), os momentos de saída e chegada da residência são os preferidos pelos ladrões para a abordagem seguida de roubo.

O expert em segurança recomenda que, "ao estar próximo da residência, o ideal é fazer uma ronda rápida nas mediações e perto da entrada, verificando se há pessoas com atitude suspeita. Na hora de sair pela manhã é bom checar com o porteiro se a redondeza está tranquila. Se morar em casa, vale instalar câmeras de segurança para se certificar da movimentação na rua e, então, partir sem demora", completa.

Contudo, o especialista recomenda para que, no caso de ser rendido por criminosos armados, mantenha a calma e nunca reaja ou tente negociar com os ladrões. "Deve-se colocar as duas mãos abertas à frente, de modo a se mostrar rendido, e sair de perto do veículo de forma calma; sem demonstrar pavor. O trauma de perder um bem material é pouco perto de sofrer traumas físicos e psicológicos", completa Lucca.

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Segurança nunca é demais

Como diz o velho ditado, o "seguro morreu de velho", ou seja, o ideal é se precaver para evitar surpresas desagradáveis. Como nenhum dispositivo ou dica é infalível, o ideal mesmo é fazer o seguro da sua moto.

Atualmente, mais seguradoras estão atuando no ramo de motocicletas e aceitam, inclusive, modelos de menor cilindrada. As opções e valores também variam muito. Pode-se optar apenas pelo seguro contra roubo e furto, mas que não cobre acidentes e nem terceiros, o que reduz o valor do prêmio.

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