As motocicletas atuais tem se tornado cada vez mais seguras. Desde o chassi, produzido de forma mais moderna, passando pela adoção do freio a disco com sistema antitravamento (ABS), faróis de LED, entre outros equipamentos, a evolução tecnológica tem contribuído para que motociclistas pilotem com mais segurança.
Já existe até modelo com airbag: caso da Honda Gold Wing que, desde 2006 sai de fábrica com um sistema de bolsas infláveis.
Confira agora algumas tecnologias adotadas nas motos e scooters que fazem esses veículos de duas rodas ficarem cada vez mais seguros.
Freios ABS obrigatórios em motos acima de 300 cc
Depois dos freios a disco, que surgiram na década de 1970, o sistema de freios antitravamento, conhecido pela sigla ABS (anti-locking braking system), foi o primeiro sistema eletrônico adotado nas motos.
Desde 2019, todas as motos acima de 300 cc vendidas no Brasil precisam ter o sistema. Entretanto, até mesmo motos menores e scooters, como a Honda PCX 160 e a Yamaha NMax, trazem o recurso que tem como função evitar que as rodas travem em frenagens mais bruscas - contribuindo, dessa forma, para a segurança de quem anda de moto.
O próprio sistema também evoluiu. Hoje em dia, motos mais caras e sofisticados já contam, inclusive, com freios ABS que funcionam em curvas - um momento complicado para se frear uma moto.
Controle de estabilidade
Criado em 2014 pela Bosch, o controle de estabilidade para motocicletas (motorcycle stability control, também conhecido pela sigla MSC) equivale ao Programa Eletrônico de Estabilidade (ou Eletronic Stability Program), o ESP dos carros.
Em resumo, o objetivo de ambos os sistemas é manter o veículo em sua trajetória original. Por meio de sensores nas rodas, no câmbio e em outras partes da moto, o MSC monitora parâmetros como o ângulo de inclinação, a rotação do motor, e é capaz de fazer ajustes instantâneos - aliviando a pressão de frenagem ou reduzindo a aceleração de forma a evitar uma derrapagem indesejada, mesmo em curvas com inclinação acentuada.
Motos com radares
Assim como nos automóveis, o uso de radares é o primeiro passo para a introdução de sistemas avançados de assistência ao condutor. Também chamados pela sigla ARAS (Advanced Rider Assistance Systems), os sistemas incluem a instalação de vários sensores capazes de fornecer informações sobre o ambiente circundante - evitando, assim, colisões com obstáculos ou outros veículos por meio de alertas ao piloto.
Porém, diferentemente do que acontece nos carros, o sistema não deve interferir ativamente na pilotagem, mas sim alertar ao motociclista sobre o risco de colisão com outros veículos.
A primeira moto do mundo com radares foi a Ducati Multistrada V4, lançada em 2020. A Ducati começou a desenvolver o dispositivo em 2016, em conjunto com o Departamento de Eletrônica, Informação e Bioengenharia da Universidade Politécnica de Milão (Itália).
A parceria levou à criação de um sistema de alerta baseado em um radar traseiro, capaz de identificar e apontar veículos presentes no "ponto cego" (ou seja, a parte da estrada não visível diretamente ou no espelho retrovisor). O radar também detecta veículos se aproximando em alta velocidade por trás.
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Quero receberPara completar o pacote de segurança, há um segundo radar posicionado na parte dianteira da moto. O objetivo deste dispositivo frontal será gerenciar o controle de velocidade adaptativo (Adaptative Cruise Control).
O sistema vai permitir que uma determinada distância, que pode ser definida pelo piloto, seja mantida do veículo à frente. Caso o veículo freie, o sistema avisa o motociclista de quaisquer riscos de colisão relacionados à distração. Hoje, além da aventureira italiana, modelos da Triumph, como a Tiger 1200, e da BMW, como a nova R 1300 GS, trazem sistemas semelhantes.
Airbag também deve chegar à motos pequenas
Embora a Honda tenha instalado airbag na Gold Wing desde 2006, outros fabricantes não adotaram o sistema até hoje. Esse cenário, contudo, deve mudar a partir de 2025. É quando chega ao mercado o primeiro scooter com airbag, promete a Autoliv, fabricante sueca de sistemas de segurança.
Desde 2021, a Autoliv trabalha em conjunto com o grupo italiano Piaggio para desenvolver um sistema de airbag para motos e scooters mais populares. Além da Vespa, o grupo produz scooters Piaggio e motos Aprilia e Moto Guzzi. As empresa já mostraram, inclusive, um protótipo da scooter de três rodas Piaggio MP3, dotado do sistema.
Segundo as empresas parceiras, o airbag pode reduzir significativamente o risco de ferimentos graves para motociclistas em colisões frontais. Atualmente, muitas scooters e motocicletas já têm sistemas de segurança, como ABS e controle de tração. A adição de airbags será mais um passo na direção de ampliar a proteção para os condutores.
"O desenvolvimento desses produtos faz parte da nossa agenda e é um passo importante em direção ao nosso objetivo de salvar 100.000 vidas por ano até 2030", ambiciona o CEO e Presidente da Autoliv, Mikael Bratt.
Depois de realizar testes físicos e virtuais sobre o comportamento das motos e scooters em colisões, a Autoliv criou o airbag chamado de bag-on-bike. Previsto para entrar em produção em 2025, o sistema consiste em uma bolsa inflável que pode ser facilmente adaptada para diferentes tipos de moto e um sensor eletrônico.
De acordo com a Autoliv, o objetivo é oferecer um sistema completo e econômico para facilitar a introdução desta tecnologia até mesmo em motos menores e mais baratas. O bag-on-bike incluirá uma bolsa de airbag e um sensor eletrônico de colisão. São as motos ficando cada vez mais seguras.
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