Como funciona nova bateria que promete revolucionar os carros elétricos
Julio Cabral
Colaboração para o UOL
17/01/2024 08h00
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Baterias de íon de lítio estão por toda a parte, incluindo seu smartphone. Consideradas a melhor solução da atualidade, elas podem ceder parte do seu território para outra tecnologia: as baterias de estado sólido.
A grande diferença entre elas pode ser resumida em uma passagem rápida sobre química. Ao contrário da bateria de íon-lítio, a novidade se vale de eletrodos e eletrólitos em estado sólido, enquanto as mais antigas utilizam os elementos em estado líquido ou em gel.
Há várias vantagens. Uma delas influencia o alcance: a densidade energética é maior. Isso significa que as baterias em estado sólido podem armazenar mais energia em um pacote de células menor e, consequentemente, mais leve. A projeção é que a densidade seja mais de duas vezes superior.
Para você ter uma ideia, a Toyota, a marca com maior número de patentes da nova saída, afirma que um projeto do tipo pode garantir mais de 1.500 km de autonomia e ser carregado de 10% a 80% em menos de 10 minutos - o tempo vale para carregadores super-rápidos.
Aqueles que já viram um carro elétrico pegar fogo talvez tenham se assustado com o vigor das chamas. É um problema que não afeta as baterias de estado sólido com a mesma intensidade, pois elas suportam temperaturas maiores.
Nem tudo é perfeito, contudo. Alguns empecilhos ainda estão sendo corrigidos, caso do processo de fabricação. Mais complexo do que o das baterias de íon-lítio, ele é cercado por uma delicadeza ímpar, exigindo que as camadas/filmes de células sejam empilhadas com precisão total, uma laminação feita sob altíssima pressão.
Somado a isso, a durabilidade do conjunto de células também é menor do que a de íon-lítio, um porém que já estaria sendo corrigido, afirmam fabricantes.
O lançamento comercial está distante, mas nem tanto. Segundo a própria Toyota, seus primeiros carros com baterias sólidas serão introduzidos por volta de 2027, modelos que vão de híbridos a elétricos puros. Estamos falando de produção em massa, um objetivo que foi antecipado em três anos.
Outros fabricantes e fornecedores têm previsões parecidas ou até se anteciparam. A Ganfeng, gigante chinesa da exploração de lítio, afirmou que começou a produção de baterias de estado sólido no ano passado. A aplicação comercial será por volta de 2026.
Por sua vez, a Volkswagen revelou que conduziu testes que chegaram aos 500 mil km de durabilidade. Somado a isso, as novas baterias perderam apenas 5% de capacidade energética após realizar mil ciclos de recarga. Podemos ver que os problemas estão sendo resolvidos rapidamente, uma prova de que as baterias de estado sólido estão com energia total.
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