Manobra dos pés juntos: o que fazer ao ter carro atingido por cabo elétrico
Nesta época do ano, são comuns no Brasil as tempestades e, com elas, a queda de árvores, capaz de derrubar a fiação dos postes da rede elétrica. Esse risco de choque elétrico também existe em veículos que eventualmente entrarem em contato com fios e cabos energizados, alerta vídeo da Defesa Civil do Estado de São Paulo publicado neste mês e que traz orientações sobre como agir nesse caso - já que a voltagem pode passar de 13.000 volts em descarga que ser fatal.
A primeira é permanecer no interior do carro até que a concessionária faça o desligamento da rede e o aterramento da área no entorno do automóvel.
Devido a um fenômeno da Física conhecido como "Gaiola de Faraday", a carroceria metálica dos carros, feita de material condutor, funciona como um isolante que protege os ocupantes do veículo - desde que eles não entrem em contato com nenhuma superfície metálica no interior da cabine.
E se for necessário deixar o veículo, em caso de fumaça ou incêndio? Existe o jeito certo para fazer isso, ensina a Defesa Civil.
O órgão do Governo de São Paulo recomenda nunca encostar apenas um dos pés no chão ao deixar o carro. A orientação é de sair com os dois pés juntos, sem jamais tocar na parte externa do veículo. Em seguida, não caminhe: arraste os dois pés juntos ou salte, sempre com eles unidos, até se afastar
Por mais estranho que possa parecer, esse tipo de manobra é conhecido e serve justamente para evitar que o indivíduo seja eletrocutado devido à um fenômeno conhecido como tensão de passo, explica o engenheiro eletricista Wanderlei Marinho, da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE Brasil.
Segundo o especialista, quanto mais você se afasta da fonte de descarga elétrica de alta tensão, mais essa tensão é reduzida. Ao caminhar em um cenário de queda de cabos elétricos, o indivíduo mantém as pernas afastadas e cada uma delas, se o chão estiver energizado, recebe uma tensão ou voltagem diferente.
Essa diferença de tensão entre cada perna, continua Marinho, provoca a passagem de corrente pelo corpo, causando a eletrocussão - que pode provocar uma parada cardíaca.
"É o mesmo princípio usado nos desfibriladores, de uma forma controlada. É por essa razão que pássaros não são eletrocutados ao pousarem em cabos de alta tensão, que não costumam ser revestidos por material isolante. Como eles mantêm as patas unidas, não levam o choque", explica o engenheiro.
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