Como carrões clássicos estão sendo transformado em automóveis elétricos
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Manter um automóvel clássico em seu estado de série perfeito é algo mais do que valorizado no mercado de carros antigos. Aos olhos de alguns entusiastas, trocar elementos só era concebível se fosse um restomod, aquelas restaurações misturadas com modificações. Mas tudo isso ganhou outra escala com o movimento de conversão elétrica de algumas raridades ou carrinhos que dominam o imaginário dos apaixonados.
Recentemente, o ator Jason Momoa, ator conhecido pelo filme Aquaman e pela série Game of Thrones, apareceu no conservador evento de clássicos de Pebble Beach, Califórnia, com um Rolls-Royce Phantom II 1929. Saiu o motor de seis cilindros e entrou um elétrico. A responsável foi a firma britânica Electrogenic e, segundo a empresa, essa foi a conversão mais difícil que fizeram até hoje, afinal, trata-se de um projeto de 95 anos de idade.
A firma também converteu esportivos como o Jaguar E-Type e o Porsche 356, considerado bem mais raro que o mais conhecido 911, seu sucessor. Além deles, entrou na linha o Citroën DS, sedã que era o Santo Graal da tecnologia automotiva dos anos 50.
Há clientes que apenas querem adequar o seu querido carro ao mundo em que ele viveu na ficção, como é o caso de quem busca um DeLorean DMC12 elétrico. Se nos filmes ele pode ser alimentado por um mecanismo de fusão de dejetos e outros elementos, hoje em dia, pelo menos há eletricidade como opção futurista. Construído pela americana Ampere EV, o cupê com portas estilo "asa de gaivota" pode finalmente voar, já que o original nunca atingiu o desempenho esportivo prometido pelo fabricante.
Outros são carrinhos engraçadinhos, casos do Mini Cooper, Volkswagen Fusca e Fiat 500, que podem ter sido atualizados para suas novas gerações, no entanto, nenhuma delas tão charmosas quanto as originais.
Nem marcas de esportivos super premium estão de fora, não são raras conversões de Aston Martin ou Ferraris. A britânica Lunaz ficou famosa por transformar o DB5 - aquele mesmo do James Bond - em um elétrico. Nada de cortina de fumaça para o modelo zero emissões.
Aliás, as oficinas de conversão britânicas dominam o setor. Uma das marcas que mais gera adaptações é a Land Rover, especialmente os antigos Defender e os seus antecessores, tais como o Série 1 e Série 2. No entanto, outros países estão ganhando terreno, se destacando os Estados Unidos, terra em que a transformação de carros clássicos convencionais se destaca.
Como alguns dos modelos são mais do que raríssimos, o objetivo da maioria das conversões é garantir que os automóveis possam voltar ao estado original. Uma "desconversão", digamos.
Embora possam parecer uma contravenção automotiva, as conversões ajudam a atualizar muitos outros componentes, exemplos dos freios e direção, o que garante uma dirigibilidade e segurança muito superiores às oferecidas originalmente.
Por outro lado, os grandalhões também têm uma chance de redimir sua brutalidade e anular parte do crédito de carbono que emitiram ao longo dos anos. Embora o Mercedes-Benz Classe G seja um dos mais comuns, o fato é que nada supera o AMC Hummer. Convertido pela North American Electric Vehicles (NAEV), o super utilitário de guerra virou hippie com a conversão. Sem falar dos Camaros e Mustangs, todos depenados dos seus motores V8 de blocos grande e pequeno. Mesmo eles podem custar quase US$ 200 mil, aproximadamente R$ 1 milhão.
Por que preços tão elevados? Infelizmente, a conversão não se limita a abrir o capô, botar um propulsor elétrico e baterias por baixo, vários sistemas têm que ser atualizados, o que joga o custo lá em cima e desestimula uma instalação "faça você mesmo". Nos casos que o fabricante oferece uma opção "drop in", que é limitada ao conjunto motriz, pense bem. Pode sair menos de 10 mil dólares, cerca de R$ 50 mil, no entanto, não é o recomendado.
Se o interessado tiver um perfil mais sofisticado, quiser manter o equilíbrio do carro e compensar o acréscimo de peso das baterias - o motor até pode ser mais leve, mas o pack de células de energia não é -, o céu é o limite. A Everatti é uma firma de Monterey, região em que é realizado o evento de clássicos de Pebble Beach.
Além de estar instalada em "território inimigo", a companhia se destaca por modificar esportivos como o 911. Vestido com leves peças de fibra de carbono, peso redistribuído e nova mecânica, o Porsche sai por nada menos que US$ 350 mil, quase R$ 1,8 milhão. O fato é que rodar com um modelo diferente nas ruas quase sempre sai caro.
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