Completar o óleo, aditivo: 5 ofertas de frentista que você deve ter atenção
Do UOL, em São Paulo*
23/02/2024 04h00Atualizada em 23/02/2024 12h11
A cena é comum. Você estaciona no posto de combustível para reabastecer e o frentista faz aquela pergunta: "Quer ver o nível do óleo e do radiador?". Oferecer esse e outros serviços e produtos pode até causar boa impressão, porém a prática representa risco real de desperdício de dinheiro e até de danos ao automóvel do consumidor.
Nem sempre os frentistas e as instalações dos postos oferecem capacitação técnica e equipamentos adequados para a execução de determinadas manutenções.
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Veja as principais "armadilhas" que você pode encontrar no posto e deve recusar.
1 - Completar o óleo
Uma das práticas mais comuns é o frentista se oferecer para verificar o nível do óleo do motor. Ao conferir a vareta, ele vai dizer que falta lubrificante. Porém, pouca gente se dá conta que o nível está baixo por um motivo simples: o motor está quente e o óleo ainda não desceu para o cárter. O resultado disso é que muitos clientes aceitam completar o nível, quando, na verdade, estão colocando lubrificante em excesso.
O nível do óleo deve ser checado sempre com o motor frio e com o veículo posicionado em um piso plano. É necessário aguardar cerca de dez minutos até o óleo descer para o cárter. Além disso, tem a questão da especificação do óleo: misturar lubrificante sintético com mineral, por exemplo, afeta a eficiência e a viscosidade, elevando o risco de danos ao motor.
2 - Colocar aditivo de combustível
Essa é outra oferta que representa desperdício de dinheiro, já que tanto o combustível quanto o óleo lubrificante já são certificados e vendidos com a formulação necessária para proporcionar o funcionamento ideal do motor.
Caso o cliente fizer questão de um produto para prevenir o acúmulo de sujeira e de resíduos nos componentes internos, as distribuidoras oferecem variantes aditivadas de gasolina e etanol.
3 - Checar o fluido de freio
Essa é outra "pegadinha" bastante comum nos postos de combustível. Nesse caso, um dos riscos é a contaminação do fluido por água. O fluido de freio tem a característica de absorver a umidade, por menor que seja. Basta espirrar um pouco de água para contaminar o produto e acelerar seu ponto de ebulição, comprometendo a capacidade de frenagem.
Outro risco é a entrada de ar na tubulação de freio, ocasionando a formação de bolhas que também podem reduzir a eficiência dos freios. Caso o nível esteja muito baixo, orienta o engenheiro, dá até para completar no posto. No entanto, o ideal, em uma situação como essa, é substituir todo o fluido e fazer a sangria em uma oficina especializada.
4 - Aditivo no radiador
Outra oferta comum de frentistas é checar o nível de líquido no vaso de expansão do sistema de arrefecimento do motor. Até aí, tudo bem. O problema começa quando tentam "empurrar" a venda de aditivo para o radiador.
Caso seja necessário completar no posto, o recomendável é repor apenas com água desmineralizada para prevenir a formação de corrosão nos dutos internos. Quanto à colocação de aditivo, a recomendação é usar estritamente o produto de especificação informada no manual do automóvel.
5 - Trocar as palhetas do limpador de para-brisa
Muitos frentistas oferecem palhetas novas para o limpador. É fato que, por conta da exposição ao sol e à sujeira, com o tempo a eficiência do equipamento, que funciona como uma espécie de rodo, é comprometida - isso pode ser verificado ao surgirem ruídos ao acionar o limpador e, principalmente, quando a remoção da água acontece de forma irregular.
No entanto, nem sempre é preciso substituir a peça. Em alguns casos, basta limpar as palhetas com água para remover a sujeira acumulada. Além disso, usar palhetas que não sejam originais traz risco de mau funcionamento e até de danos ao para-brisa.
Fonte: Francisco Satkunas, engenheiro e consultor estratégico especialista automotivo
*Com matéria publicada em 14/12/2022