Maverick da Vasp: como carrão da Ford virou barganha por causa de sogra

Dono de uma das maiores coleções de Ford Corcel no Brasil, o médico Sergio Minervini também possui carros antigos de outras marcas e modelos.

Conhecido como Doutor Corcel, o colecionador de 63 anos mantém em seu acervo, na região central da capital paulista, um exemplar do Ford Maverick cheio de histórias para contar.

Minervini recorda que o seu Maverick azul Turquesa Laguna Super Luxo 1975 com apenas 30 mil km rodados foi uma verdadeira pechincha e sua aquisição envolveu, segundo ele, muita negociação.

Segundo o médico, o cupê com motor de quatro cilindros pertenceu a um ex-piloto da Vasp, companhia aérea que foi à falência há mais de dez anos.

As tratativas para a compra do bólido, no entanto, começaram bem antes disso, na década de 1980 - e tiveram como impulso uma espécie de conflito familiar.

"Esse Maverick era o xodó do piloto, só que a mulher dele não gostava do carro porque o marido sempre usava o cupê para visitar a mãe no interior de São Paulo", conta Sergio

Minervini acrescenta que, naquela época, o ex-funcionário da Vasp chegou a comprar um Ford Escort XR3 novinho para agradar a companheira, mas nem assim as reclamações cessaram. Foi então que o antigo dono decidiu abrir mão do Maverick azul.

"Era a segunda metade dos anos 1980 e o proprietário pedia algo em torno de 18 mil cruzados pelo carro. Eu queria fechar negócio, mas não tinha tanto dinheiro".

De acordo com o Doutor Corcel, o piloto "insistiu" na venda e disse que aceitaria metade da pedida original. Ainda assim, os valores ainda estavam bem distantes das condições financeiras do médico.

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Preço de ocasião

Ford Maverick 1975 azul mantém cerca de 30 mil km no hodômetro e divide espaço em coleção dedicada ao Corcel
Ford Maverick 1975 azul mantém cerca de 30 mil km no hodômetro e divide espaço em coleção dedicada ao Corcel Imagem: Arquivo pessoal

Sergio manteve as esperanças de um dia colocar o Maverick em sua garagem e começou a juntar dinheiro. Algum tempo depois, as negociações foram retomadas. Contudo, o orçamento de Minervini ainda estava bastante aquém do valor desejado pelo vendedor.

Aparentemente, a vontade de passar o Maverick adiante era tão grande que o piloto acabou aceitando vende-lo por menos da metade do preço pretendido. Só que ele impôs uma condição.

"Ele aceitou minha oferta, mas exigiu que eu nunca tirasse os distintivos da Vasp do vidro. Cumpri a promessa e nunca removi os adesivos".

Juntamente com o carro, Sergio recebeu outros objetos alusivos à hoje extinta companhia aérea.

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*Com informações de matéria publicada em 17/05/2023

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