Como tecnologia 'barata' tem ajudado ladrões a levar carro em segundos

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Um pé de cabra, lima ou cordinha, nenhuma dessas técnicas antigas de furto de carro são tão eficazes contra os veículos modernos quanto as novas.

São itens eletrônicos que facilitam a vida dos criminosos que, muitas vezes, precisam de menos de um minuto para levar o seu automóvel embora. E nem sempre ele é recuperado, uma vez que até os rastreadores podem ser bloqueados.

'Capetinha'

No Brasil, o chamado "capetinha" tem feito muito sucesso. Criado para bloquear os sinais de celulares em lugares seguros, especialmente presídios, o dispositivo pode ser encontrado facilmente em sites de comércio eletrônico, a despeito do seu uso ser proibido sem a devida homologação e permissão da Anatel.

Os preços podem ficar pouco acima de R$ 100, uma pechincha que ajudou a popularizá-lo. Além da função original, o aparelhinho também é capaz de "embaralhar" o sinal dos rastreadores automotivos, o que não só facilita o furto, como também o desmanche do modelo.

Em conjunto com o "capetinha", os criminosos também costumam usar um outro aparelho com nome curioso: o "vassourinha". Seu uso permite detectar onde está o rastreador, o que facilita na hora de retirá-lo e permite dispensar o bloqueio permanente das frequências dele.

Basta abrir o capô

Ambas tecnologias permitem fazer tudo sem abrir o carro, no entanto, ladrões digitalizados também conseguem levar o veículo em pouco tempo com outros aparelhos, basta abrir o capô.

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Embaixo dele estão vários componentes integrados. Como tudo funciona com base na CAN (Controller Area Network), uma rede local que conecta a eletrônica do automóvel. Uma vez que um dispositivo simples seja conectado à central de controle do motor, dar a partida será fácil.

Outros modelos podem permitir o acesso por dentro, no caso, com o uso de USB - uma antiga vulnerabilidade de automóveis da Kia e da Hyundai que foi muito explorada no passado.

Ou também por via saída OBD, ferramenta criada para permitir o diagnóstico eletrônico do veículo. Nem sempre há uma firewall (tipo de barreira de segurança), dado que os sistemas integrados na rede CAN partem do princípio que a comunicação entre eles é segura. No entanto, tais dispositivos exigem que o bandido entre no carro.

Sem chave

Não é apenas por aqui que as novas (e simples) tecnologias estão sendo usadas. Embora sejam uma facilidade e tanto, as chaves wireless se tornaram um ponto de fragilidade bem explorado pelos bandidos. Através de aparelhos de captura, o sinal emitido por elas é capturado, o que permite replicá-lo e abrir as portas do carro. Uma vez abertas, é possível dar a partida por botão e seguir em frente.

É uma onda de crimes que assolou o Brasil e, agora, está se popularizando em países da Europa e da América do Norte.

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Uma notícia recente do jornal "The Guardian" afirmou que mesmo projetos novos estão sendo vítimas da técnica, entre eles, o Hyundai Ioniq 5 e também carros da Lexus e outros.

Por lá, a traquitana é semelhante a um videogame portátil, diminuindo assim a suspeita. Sem ter apelidos tão criativos quanto no Brasil, o aparelhinho é chamado de emulador, pois simula a frequência verdadeira. Pode não ser o único fator que influencia o aumento da criminalidade, no entanto, o fato é que os roubos e furtos cresceram de 70 mil para 130 mil nos últimos nove anos.

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