Radar pirâmide? O que é o novo equipamento usado na fiscalização dos carros

Alguns motoristas já devem ter percebido um equipamento um pouco fora do convencional junto a radares em avenidas e estradas brasileiras.

Trata-se de uma estrutura piramidal instalada no poste, logo abaixo de onde está o equipamento de fiscalização veicular.

Em outros casos, o poste onde fica o radar traz um apêndice com formato parecido, composto por tiras metálicas dispostas como se fossem pétalas de flores voltadas para baixo - essa novidade é encontrada, por exemplo, em vias urbanas como a Marginal Tietê, na capita paulista. Seriam novos tipos de radar? É o que muitos acabam se perguntando.

O UOL Carros entrou em contato com órgãos de trânsito e concessionárias que gerenciam vias como a Rodovia Ayrton Senna, também no estado de São Paulo (onde a redação encontrou o poste com a estrutura piramidal) para entender a finalidade desses itens. Contudo, foi a empresa Fotovoltec, fabricante de postes que utilizam essa estrutura, que esclareceu a questão.

Novo radar?

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Imagem: Guilherme Menezes

Segundo a empresa, não se trata de uma nova tecnologia específica para fiscalização de trânsito. Na realidade, a "pirâmide" que acompanha não apenas radares, como também painéis solares e gabinetes para máquinas e circuitos eletrônicos, tem outra função: prevenir o furto dos equipamentos, cujos itens podem custar uma verdadeira fortuna.

No caso da pirâmide, ela não tem fundo, possibilitando a abertura da peça após o operador destrancar uma fechadura que tem em um dos seus lados. Com isso, a equipe técnica regulamentada pode realizar seus trabalhos normalmente. Ao final do processo, funcionários recolhem a pirâmide de volta à posição onde fica montada e a trancam novamente.

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Já o outro modelo de proteção antifurto, que é o das tiras metálicas, tem a mesma finalidade, embora seja mais simples.

Em resposta a questionamento deste repórter, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável pelos radares instalados na Marginal Tietê, afirmou que o seu modelo antifurto recebe o nome de "chapéu chinês". Por enquanto, o dispositivo ainda está em fase de testes e foi instalado apenas nos locais onde a incidência de furtos é mais alta.

Apuramos que a estrutura 'piramidal' dos radares da Ayrton Senna existe desde o início de 2021, enquanto o do outro tipo, o da Marginal Tietê, começou a ser usado em 2024.

Radares que valem fortuna

Segundo fontes consultadas, os radares de fiscalização de trânsito são equipamentos que costumam passar dos R$ 100 mil e podem custar mais de R$ 150 mil.

Dentro dos postes de radares, além de câmeras e processadores, há uma grande quantidade de placas eletrônicas (que contêm metais como prata, chumbo, estanho, platina, níquel, ouro e paládio), além de fios de cobre - cujo valor chegou quase a quintuplicar desde o início da pandemia, fenômeno que se acentuou ainda mais após o início da guerra na Ucrânia.

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Já faz um tempo em que ladrões roubam fiações de equipamentos públicos. Os casos mais famosos foram os dos semáforos, pelos mesmos motivos. Nessas situações, além dos apagões nas sinalizações, o ato também tem gerado impactos pela interrupção de serviços como fornecimento de energia elétrica, telefonia e transporte ferroviário.

Segundo a CET, a instalação de novos cabos consome mais de 12 horas de trabalho. Além da sinalização inoperante afetar o trânsito, dependendo do local onde o equipamento opera, a mobilização de uma equipe pode afetar inclusive o fluxo de carros nas vias.

Furtos servem para abastecer desmanches e todo o mercado ilegal desse material. A situação é tão alarmante que diversas prefeituras já iniciaram o processo de troca dos fios de cobre da rede elétrica por cabos de alumínio - menos eficientes na condução de eletricidade, porém significativamente mais baratos.

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