Radar pirâmide? O que é o novo equipamento usado na fiscalização dos carros
Alguns motoristas já devem ter percebido um equipamento um pouco fora do convencional junto a radares em avenidas e estradas brasileiras.
Trata-se de uma estrutura piramidal instalada no poste, logo abaixo de onde está o equipamento de fiscalização veicular.
Em outros casos, o poste onde fica o radar traz um apêndice com formato parecido, composto por tiras metálicas dispostas como se fossem pétalas de flores voltadas para baixo - essa novidade é encontrada, por exemplo, em vias urbanas como a Marginal Tietê, na capita paulista. Seriam novos tipos de radar? É o que muitos acabam se perguntando.
O UOL Carros entrou em contato com órgãos de trânsito e concessionárias que gerenciam vias como a Rodovia Ayrton Senna, também no estado de São Paulo (onde a redação encontrou o poste com a estrutura piramidal) para entender a finalidade desses itens. Contudo, foi a empresa Fotovoltec, fabricante de postes que utilizam essa estrutura, que esclareceu a questão.
Novo radar?
Segundo a empresa, não se trata de uma nova tecnologia específica para fiscalização de trânsito. Na realidade, a "pirâmide" que acompanha não apenas radares, como também painéis solares e gabinetes para máquinas e circuitos eletrônicos, tem outra função: prevenir o furto dos equipamentos, cujos itens podem custar uma verdadeira fortuna.
No caso da pirâmide, ela não tem fundo, possibilitando a abertura da peça após o operador destrancar uma fechadura que tem em um dos seus lados. Com isso, a equipe técnica regulamentada pode realizar seus trabalhos normalmente. Ao final do processo, funcionários recolhem a pirâmide de volta à posição onde fica montada e a trancam novamente.
Já o outro modelo de proteção antifurto, que é o das tiras metálicas, tem a mesma finalidade, embora seja mais simples.
Em resposta a questionamento deste repórter, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), responsável pelos radares instalados na Marginal Tietê, afirmou que o seu modelo antifurto recebe o nome de "chapéu chinês". Por enquanto, o dispositivo ainda está em fase de testes e foi instalado apenas nos locais onde a incidência de furtos é mais alta.
Apuramos que a estrutura 'piramidal' dos radares da Ayrton Senna existe desde o início de 2021, enquanto o do outro tipo, o da Marginal Tietê, começou a ser usado em 2024.
Radares que valem fortuna
Segundo fontes consultadas, os radares de fiscalização de trânsito são equipamentos que costumam passar dos R$ 100 mil e podem custar mais de R$ 150 mil.
Dentro dos postes de radares, além de câmeras e processadores, há uma grande quantidade de placas eletrônicas (que contêm metais como prata, chumbo, estanho, platina, níquel, ouro e paládio), além de fios de cobre - cujo valor chegou quase a quintuplicar desde o início da pandemia, fenômeno que se acentuou ainda mais após o início da guerra na Ucrânia.
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Quero receberJá faz um tempo em que ladrões roubam fiações de equipamentos públicos. Os casos mais famosos foram os dos semáforos, pelos mesmos motivos. Nessas situações, além dos apagões nas sinalizações, o ato também tem gerado impactos pela interrupção de serviços como fornecimento de energia elétrica, telefonia e transporte ferroviário.
Segundo a CET, a instalação de novos cabos consome mais de 12 horas de trabalho. Além da sinalização inoperante afetar o trânsito, dependendo do local onde o equipamento opera, a mobilização de uma equipe pode afetar inclusive o fluxo de carros nas vias.
Furtos servem para abastecer desmanches e todo o mercado ilegal desse material. A situação é tão alarmante que diversas prefeituras já iniciaram o processo de troca dos fios de cobre da rede elétrica por cabos de alumínio - menos eficientes na condução de eletricidade, porém significativamente mais baratos.
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