Ford Corcel guardado em showroom está novo 38 anos depois; quanto vale?
A década de 80 foi emblemática e há um carro, em especial, que parece ter entrado em uma cápsula do tempo naquele período, há exatos 38 anos.
Estamos falando de um Ford Corcel II L 1986 com apenas 171 km no hodômetro.
O carro foi recentemente vendido a um colecionador, por valor não divulgado, pelo comerciante Reginaldo Ricardo, o Reginaldo de Campinas - especializado em veículos antigos das décadas de 1980 e 1990 com baixa quilometragem.
O que explica o fato deste Corcel II nunca ter sido usado é que ele ficou parado na extinta concessionária Buchalla de Presidente Prudente (SP) por décadas.
O seu estado de conservação imaculado não mente sobre o fato de ter sido bem mantido. Por fora, a pintura, os frisos, os emblemas, vidros e partes plásticas estão intocados. No interior, por sua vez, idem para o forro de vinil, para o estofamento de veludo, tapetes e até mesmo miudezas como as aletas que direcionam a ventilação. Nem na parte de baixo do assoalho é possível notar qualquer ponto de ferrugem ou sujeira incrustada.
Após dez anos do Corcel I, a grande remodelação da linha veio no final de 1977, com o Corcel II, trazendo uma carroceria totalmente nova de duas portas (a preferência na época). Era oferecido nas versões L básica (a mesma do exemplar da reportagem), LDO de luxo e esportiva GT.
O Corcel II rivalizava com modelos como o VW Passat e o Chevrolet Chevette, e desde 1985 passou a usar o motor 1.6 CHT de 72 cv e 12 kgfm com câmbio manual de cinco marchas. No mesmo ano, toda a linha foi reestilizada em 1985 e perdeu o "II" do nome, até o encerramento da produção em 1986.
Depois dele, o modelo superior, o Del Rey, bem como a picape Pampa, continuaram a trajetória da plataforma do Corcel II até meados dos anos 90 - quando surgiram projetos mais modernos, alguns inclusive derivados da Europa, provocando o término definitivo dessa geração de ícones nacionais.
Como é um carro desses para os colecionadores?
O Corcel não é um carro que, no mercado de clássicos nacionais, está no radar dos colecionadores. Muitos o colocam em seus acervos pelo fato de ainda não ter ganhado valor, já que diversas unidades foram produzidas e vendidas - o que possibilita encontrar um bom exemplar com alguma facilidade. Ainda que esse automóvel seja mais raro, por ser da última série (o último facelift antes de sair de linha), quando é um exemplar de condição excepcional, não passa dos R$ 30 mil ou R$ 40 mil. No entanto, pelo fato do Corcel em questão ser praticamente 0 km, sendo um carro dessa idade, o cenário se transforma completamente, Joel Picelli, Picelli Leilões.
O especialista conta que existem coleções especializadas em veículos desse tipo. Segundo ele, para esses colecionadores, não importa muito qual carro é, ou até mesmo se já é considerado um modelo clássico ou ainda não, mas sim o fato de nunca ter sido usado. Um preço na faixa dos R$ 150 mil não está fora da realidade.
Além do mais, Joel explica que o patamar de preços praticados para esses tipos de automóveis não costuma atrair o bolso dos que estão no mundo do antigomobilismo há menos tempo. Em casos assim, diz que o preço se multiplica, em no mínimo duas ou três vezes, mas podendo até passar disso.
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Quero receberDurante as negociações, uma variável que costuma ser relevante para o colecionador de carros não usados é se a pessoa já tem ou não outro veículo igual em seu acervo, comenta o especialista.
"O colecionador menor prefere usar o valor de um exemplar desses para comprar mais de um clássico com preços mais acessíveis. Quem procura raridades como esse Corcel (como é o caso do exemplar vendido por Reginaldo de Campinas), já costuma ter contatos de colecionadores de veículos sem uso, seja para comprar ou vender", complementa Picelli.
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