Pneu de carro elétrico não é igual ao convencional; veja as diferenças
Julio Cabral
Colaboração para o UOL
30/04/2024 04h00Atualizada em 30/04/2024 11h01
Muitos proprietários relatam que os pneus de carros elétricos parecem mais rígidos do que aqueles utilizados em modelos convencionais.
Essa é somente uma das diferenças percebidas em relação aos pneus comuns. Não é só uma questão de adaptar um pneu normal para um automóvel de emissão zero: o processo exige um projeto quase inteiramente novo. Isso também vale para outros tipos de veículos.
Como a autonomia é ainda mais importante em um carro elétrico, os pneus devem usar a última tecnologia em termos de resistência à rolagem.
Conforto menor?
"Os pneus para os veículos elétricos têm de trazer alguns atributos extras de desempenho. Inicialmente, devem ter baixa resistência ao rolamento, ou seja, ser capazes de economizar a energia da bateria permitindo maior quilometragem e autonomia", explica Argemiro Costa, especialista em pneus, doutor em engenharia, e coordenador da comissão técnica de Dinâmica Veicular da SAE Brasil.
A seguir, há uma explicação para justificar a dureza dos pneus. "Com o aumento de peso devido às baterias, devem ter maior capacidade de carga, implicando em uma estrutura mais reforçada, um requisito muito importante nos veículos comerciais devido às particularidades das nossas rodovias e aplicações", elucida Argemiro.
Submetidos à alta entrega de torque instantâneo, os conjuntos pneumáticos também precisam de maior resistência. "Outro ponto a ser considerado é o aumento de torque nas rodas devido a acelerações mais rápidas, exigindo compostos de borracha mais resistentes ao desgaste", acrescenta.
Uma das características mais curiosas é o nível de ruído menor, algo necessário diante do silêncio a bordo. Sem ruídos mecânicos, os demais se sobressaem.
"Por fim, devem ser menos rumorosos, necessitando um desenho de banda de rodagem diferenciado, uma vez que não existe mais o ruído do motor a combustão e transmissão, ressaltando o ruído dos pneus. Tudo isso necessitou investimentos em pesquisa e desenvolvimento dos nossos engenheiros para atender a tais requisitos, em colaboração com as montadoras locais", completa Argemiro.
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