Drible no sensor: como motociclistas apressados enganam radar de velocidade
Julio Cabral
Colaboração para o UOL
06/05/2024 04h00
Uma imagem publicada no Facebook mostra a suposta reação de um motociclista por ter sido flagrado no radar de fiscalização de velocidade, mesmo após tentar evitar a multa com uma maracutaia.
A foto é de um suposto auto de infração por excesso de velocidade - não sabemos se é uma montagem, mas podemos dizer que a manobra descrita na publicação é, de fato, adotada por muitos condutores de motocicletas e costuma funcionar.
Na publicação, que viralizou e gerou reações de 3.500 pessoas e mais de 500 comentários, o suposto infrator pergunta: "Alguém explica! Como a câmera fotografou se passei fora do sensor?".
Seja verdade ou mentira a referida multa, UOL Carros buscou um especialista para explicar como funciona esse tipo de radar e como alguns "pilotos" conseguem passar pelo radar acelerando acima do limite de velocidade sem levar multa.
De acordo com a imagem publicada, o condutor passou a 62 km/h em uma área de 50 km/h na BR-282, em Santa Catarina. A infração teria acontecido no dia 23 de abril.
Como funciona radar do tipo laço
No caso desse tipo de radar, os medidores de velocidade usam o tempo de passagem do veículo entre dois sensores instalados no asfalto. A distância entre eles é sabida, então basta calcular o tempo gasto para chegar à velocidade.
Há um conjunto por faixa, permitindo a identificação precisa de qual modelo ultrapassou a velocidade. A câmera é acionada instantaneamente em função da velocidade medida. A precisão do sistema permite até diferenciar um carro ou moto de um caminhão, aferindo a velocidade máxima permitida para cada um dos tipos de veículos.
É o chamado radar fixo do tipo laço, termo que faz referência justamente aos sensores no asfalto, que formam um laço indutivo. Na prática, nem seria tecnicamente correto chamar o aparelho de radar, uma vez que ele não utiliza emissão de ondas eletromagnéticas para calcular a velocidade - como fazem os radares "de verdade".
"Normalmente, há um pequeno intervalo entre uma faixa e outra. O motociclista pode ir para o cantinho entre uma e outra ou até para o escapamento para fugir, o que só piora a segurança dele. Ele passou entre uma faixa e outra achando que estava fugindo da fiscalização", explica Eduardo França, da Polícia Rodoviária Federal.
Eduardo acrescenta que os radares fixos contam com esse tipo de tecnologia. Já os móveis, do tipo portátil ou estático de tripé, são guiados por laser, dispensando marcações no asfalto.
Mas há tipos mais modernos que dispensam esse método de aferição, usando tecnologia semelhante à utilizada pelos portáteis.
"Hoje, a gente encontra alguns que a medição não é feita no asfalto, mas os nossos são utilizados com a marcação das medições".
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