Nova geração do Macan é Porsche de verdade sem gastar uma gota de gasolina
A Porsche já anunciou em 2030 que mais de 80% dos seus carros serão totalmente elétricos. Iniciada com o Taycan, essa guinada rumo à eletrificação quase total ganhou um importante capítulo com a chegada da segunda e novíssima geração do Macan, SUV médio campeão de vendas da marca alemã, com mais de 850 mil unidades vendidas em dez anos de existência.
O novo Macan agora é completamente elétrico e, por tempo indeterminado, conviverá com o antigo, a combustão. Ele já está em pré-venda no Brasil nas versões 4, com preço inicial de R$ 580 mil, e Turbo, a partir de R$ 770 mil. As primeiras unidades devem ser entregues ao longo do segundo semestre.
A convite da Porsche, o UOL Carros foi até Nice, na Riviera Francesa, para conhecer de perto e dirigir o Macan elétrico. Já adianto: mesmo sem ronco de motor a combustão e pesando mais de duas toneladas, o utilitário esportivo é um Porsche legítimo, trazendo aceleração insana, suspensão na medida entre o conforto e a esportividade e uma direção precisa e comunicativa.
Construído sobre nova plataforma que dará origem a outros modelos elétricos do Grupo Volkswagen, e que já é utilizada no novo Audi Q6 e-tron, o Macan tem tração nas quatro rodas e baterias com 95 kWh de capacidade nas duas configurações.
Essas baterias são compatíveis com carregadores ultrarrápidos com até 270 kW de potência - o que permite, segundo a fabricante, recarregá-las de 10% a 80% em 21 minutos. A autonomia oficial no ciclo WLTP, europeu, é de até 613 km no Macan 4 e chega a 591 km na versão Turbo.
O consumo no ciclo do Inmetro, que é o adotado no Brasil, ainda não foi informado, mas espere um alcance cerca de 30% menor do que os informados acima. Ou seja, algo em torno de 400 km de autonomia.
Tive a oportunidade de rodar com as duas versões do Macan e ambas desempenham muito bem. A configuração 4 tem um motor menor no eixo traseiro, ante o Macan Turbo, e chega a 408 cv e 66,3 kgfm no modo overboost com controle de largada acionado - no ajuste padrão, a potência cai para 387 cv. Com esse conjunto, a Porsche informa aceleração de zero a 100 km/h em 5,2 segundos e velocidade máxima limitada a 220 km/h.
A versão de entrada, que deverá ser a mais vendida da gama, já oferece muita diversão ao volante. Contudo, o Turbo é um animal diferente e impressiona o quanto é capaz de acelerar. Com torque instantâneo de 115,3 kgfm e 639 cv no modo overboost, pisar fundo no acelerador a 60 km/m é uma verdadeira patada, daquelas de "colar" as costas no banco esportivo.
Nessa versão de topo, o Macan sai da imobilidade e chega a 100 km/h em 3,3 segundos, informa a Porsche. A velocidade máxima, por sua vez, salta para 260 km/h no Turbo, que também se diferencia ao exibir várias peças de acabamento externo escurecidas, incluindo o emblema da montadora alemã, que troca o fundo dourado por um acabamento cinza.
Por fora, o visual do novo Macan é uma evolução do anterior, com foco na aerodinâmica, essencial para a autonomia de carros elétricos. Na dianteira, aletas na parte inferior do para-choque se abrem e fecham automaticamente, seja para melhorar o arrasto aerodinâmico, seja para arrefecer as baterias instaladas juntamente ao assoalho.
Toda a carroceria tem um desenho mais fluido, para "cortar" o ar com mais eficiência - uma diferença importante na aparência do novo Macan ante o antigo é a divisão do conjunto óptico frontal em duas peças - na parte de cima, rente ao capô, agora estão as luzes de condução diurna. Os faróis propriamente ditos foram deslocados mais para baixo, no para-choque.
Newsletter
CARROS DO FUTURO
Energia, preço, tecnologia: tudo o que a indústria está planejando para os novos carros. Toda quarta
Quero receberNa traseira, as lanternas foram deslocadas mais para cima e formam uma peça única, que atravessa a tampa do porta-malas. São dois compartimentos de carga - um de 84 litros na dianteira, onde no Macan a combustão fica o motor a gasolina, e outro atrás do banco traseiro, com capacidade de até 540 litros.
No pacote Brasil, as duas versões virão equipadas com suspensão a ar e e diferentes modos de condução, que ajustam não somente a dureza da suspensão, mas também a assistência da direção e a sensibilidade do acelerador. Pela primeira vez em um Macan, opcionalmente o SUV pode ser equipado com rodas traseiras esterçantes, para maior agilidade tanto na condução quanto na hora de manobrar o veículo na vaga de estacionamento.
Por dentro, o novo Macan tem acabamento luxuoso nas duas versões, painel com até três telas de alta resolução (cluster, multimídia central e multimídia para o passageiro dianteiro) e um head up display, que projeta informações no para-brisa gigante e com tecnologia de "realidade aumentada" - tecnologia que, por exemplo, permite exibir orientações do navegador GPS diretamente sobrepostas nas vias reais onde você está rodando.
Na Europa, o GPS nativo do SUV é um show à parte e mostra imagens de satélite do trajeto, não apenas um mapa 2D. É como se houvesse um drone sobrevoando o trajeto percorrido pelo Macan. Bem legal.
Nessa nova geração, o modelo cresceu 6 cm no comprimento, totalizando 4,78 m, e pouco mais do que 8 cm na distância entre-eixos, chegando a 2,89 m.
O novo Macan é tudo isso: prazeroso de dirigir, luxuoso, espaçoso e tecnológico. Se você gosta de Porsche, mas tem um pé atrás com carros elétricos, saiba que a eletrificação do Macan somente antecipa algo que acontecerá com outra família de esportivos da marca: 718 Boxster e Cayman vão surgir em breve em geração 100% elétrica, abandonando o motor central traseiro.
Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.
*Viagem a convite da Porsche
Deixe seu comentário
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.