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Radar à prova de 'migué': como funciona nova fiscalização que chegou a SP

Imagem: Divulgação

Julio Cabral

Colaboração para o UOL

14/05/2024 04h00

A imagem de um motoqueiro reclamando que foi multado mesmo passando por fora dos laços indutivos deu o que falar. A tecnologia é a mais tradicional das medições de velocidade, uma vez que mede o tempo que um veículo leva para passar entre um sensor e outro. No entanto, esse tipo de "migué" será impossível com a nova forma de fiscalização que está sendo adotada rapidamente no país, do tipo doppler.

Na verdade, esta medição é conhecida, sendo usada há décadas em outros setores. O princípio de funcionamento é simples: o aparelho emite ondas eletromagnéticas contínuas que, quando rebatidas pelos veículos, mudam de frequência. Essa diferença de aumento ou diminuição das frequências permite aferir a velocidade e outros fatores. "Laços" virtuais servem de baliza para a medição.

O nome de batismo é uma homenagem a Christian Andreas Doppler, físico austríaco que descobriu, ainda no século XIX, o efeito, descoberta compartilhada com o também físico Hippolyte Fizeau.

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Diferentemente dos radares com laço físico, o doppler permite identificar a velocidade à longa distância, podendo chegar a 100 metros antes ou depois do aparelho, algo impossível em um tipo com marcação no piso. Ou seja, é a prova da tática de diminuir a velocidade em cima do radar para acelerar logo depois de passar pelo aparelho. É como se fosse um laço virtual. A cobertura chega a quatro faixas, sem espaço para alguém desviar delas.

Além da velocidade acima da máxima permitida, esse tipo de aparelho indica se o veículo está parado sobre a faixa de travessia de pedestres, avanço de sinal vermelho, andar na contramão e conversão proibida. Sem falar que conseguem detectar ainda o número de pessoas no modelo e infrações como o uso de celular.

E tem a vantagem de não precisar destruir o pavimento para ser instalado ou gerar obstruções de trânsito para manutenção. Por isso mesmo, os radares do tipo doppler são chamados de não intrusivos.

"Temos não intrusivos em Curitiba, São Paulo, Salvador, Novo Hamburgo, Anápolis, Aracaju, Campina Grande, João Pessoa e no estado do Pará (um contrato com o Detran)", afirma Guilherme Araújo, diretor presidente da Velsis, empresa especializada no ramo. De acordo com a empresa, os novos radares já estão multando os motoristas infratores.

Ao todo, a companhia curitibana tem mais de 1.699 faixas monitoradas e 731 equipamentos em diferentes cidades, em 24 dos 27 estados. A instalação em São Paulo está sendo implementada e irá até o início do ano que vem para ter todos em operação. Na capital paulista, de acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), há sete radares do tipo em ação, não mais em período de testes.

UOL Carros tentou repetidas vezes entrar em contato com o setor público responsável pelos aparelhos em Curitiba, uma das primeiras cidades a adotar os novos radares, no entanto, não houve retorno.

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