Fogo de palha: 5 carros nacionais que nunca chegaram às concessionárias
No começo deste século, o mercado automotivo brasileiro estava tão agitado que mais parecia a década de 80. O momento econômico favorável fez surgirem vários anúncios de carros nacionais fora de série, lembrando a enxurrada de lançamentos de marcas hoje icônicas como Puma, Miura e Gurgel, antes da abertura às importações.
Cerca de duas décadas depois, ficou claro que muitos veículos daquela época, alguns anunciados com pompa e circunstância no Salão do Automóvel, com direito a protótipo, eram apenas "fogo de palha".
Houve projetos que nem saíram do papel, enquanto outros tiveram pequena produção e duraram pouco tempo. Raros e históricos, esses carros hoje chegam a ser cobiçados e se tornaram, como dizem, "neo colecionáveis".
Obvio!
O simpático, mas estranho carro compacto lembra o conceito do Dacon 828, porém com linhas mais arredondadas. Não é coincidência: seu projetista é Anísio Campos, que criou o Dacon lá nos anos 1980.
O Obvio! foi concebido em 2002 para ser um minicarro com mecânica Volkswagen, que seria vendido pela internet. Isso nunca aconteceu e, em 2014, o projeto foi anunciado novamente com um ajuste: o motor seria elétrico e o carro seria disponibilizado na modalidade de compartilhamento. A ideia parecia boa e inovadora para a época, contudo, também nunca saiu do papel.
San Vito S1
Apresentado em 2009, o esportivo conversível de dois lugares nunca saiu do status de protótipo. Ele teve apenas um exemplar produzido, que pertence a seu criador, Vito Simone.
O San Vito S1 utiliza motor 1.8 turbo a etanol, que entrega 150 cv, acoplado ao câmbio manual de cinco marchas, com tração traseira. A carroceria é de fibra de vidro e o chassi, tubular.
Rossin-Bertin Vorax
No Salão do Automóvel de 2010, com muita pompa e um estande próprio, surgia o Vorax, um esportivo com linhas agressivas e planos de produção nacional.
Na época, os responsáveis diziam que ele chegaria em 2012 equipado com motor V10 de duas gerações atrás do M5, com 570 cv de potência e câmbio automático, além de tração traseira. O projeto, no entanto, nunca viu a luz do sol.
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Anunciado em 2012, o esportivo foi criado a pedido do empresário William Rosset para homenagear seu pai, Donini. O modelo foi projetado pelo estúdio Amoritz GT e prometia colocar o Brasil no cenário de carros esportivos.
O projeto teria consumido mais de 35 mil horas de desenvolvimento e era inspirado, por assim dizer, no McLaren F1 - já que viria com três assentos, sendo o do motorista central - como o clássico inglês.
A mecânica teria motor V10 8.4 do Dodge Viper. Ele seria oferecido em uma versão de aspiração natural com 612 cv, ou biturbo a etanol, que elevaria a potência a 1.007 cv. O valor estimado na época era de R$ 2 milhões.
Lobini H1
O esportivo feito em Cotia (SP) surgiu com pompa no Salão do Automóvel de 2002, com o mesmo motor 1.8 turbo de 180 cv que equipava A3 e Golf GTI na época.
O carro é o único da lista que chegou a ser vendido ao consumidor, mas seu público era limitado: para encomendar um exemplar, o cliente pagava até 70% do veículo como sinal e só então ele começava a ser produzido, sempre sob encomenda.
O carro saiu de linha oficialmente em 2013 por causa da obrigatoriedade de airbags e ABS a partir daquele ano para todos os carros de passeio vendidos no Brasil. Entre 2005 e 2013, apenas 70 unidades foram fabricadas.
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*Com informações de matéria de 26/09/2021
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