Vettel abasteceu McLaren de Senna com gasolina sem petróleo feita com água

No fim de semana passado, antes da disputa do GP da Emilia-Romagna, em Ímola na Itália, o tetracampeão da Fórmula 1 Sebastian Vettel emocionou o mundo ao pilotar o McLaren MP4/8 utilizado por Ayrton Senna na temporada de 1993

Além de homenagear o brasileiro na mesma pista onde o tricampeão da F-1 morreu há 30 anos em acidente na curva Tamburello, Vettel chamou a atenção ao abastecer o MP4/8 com o qual Senna ganhou 5 GPs com combustível sintético.

Trata-se da gasolina sem petróleo, produzida a partir de uma reação química que retira hidrogênio da água para posterior combinação com dióxido de carbono, que no fim do processo gera combustível idêntico à gasolina convencional, porém fabricada de forma sustentável e sem origem fóssil.

Tal gasolina "ecológica", também conhecida como e-fuel, inclusive, será utilizada nos carros da Fórmula 1 a partir de 2026 e já é desenvolvida por empresas como Audi, Bosch e Porsche - que já fabrica no Chile o novo combustível.

Uma das vantagens da gasolina sem petróleo é que ela surge com alternativa a carros elétricos em termos de descarbonização, garantindo sobrevida aos veículos a combustão.

Por que a gasolina sem petróleo faz sentido

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De acordo com o engenheiro Everton Lopes, os combustíveis sintéticos têm a vantagem, como o etanol, de "neutralizarem" o carbono resultante de sua queima, além de aproveitarem a infraestrutura atual de abastecimento.

Eles podem ser extraídos na forma de gasolina ou diesel e, portanto, não exigem alterações nos motores atuais que utilizam a versão fóssil desses combustíveis.

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"O combustível sintético já era usado pela Alemanha na época da Segunda Guerra Mundial e, desde entã,o as pesquisas têm evoluído. Porém, sua extração ainda é muito cara na comparação com o petróleo, que ainda é muito mais fácil e barato de se obter e refinar", explica o especialista..

Hidrogênio: combustível do futuro?

Combustível sintético é visto como alternativa à propulsão elétrica por não depender da extração de petróleo e compensar emissões
Combustível sintético é visto como alternativa à propulsão elétrica por não depender da extração de petróleo e compensar emissões Imagem: Diculgação

A fabricação do e-fuel começa em um processo físico-químico chamado de eletrólise, que retira o hidrogênio da água para posterior combinação com o CO2. O gás resultante depois é utilizado para produzir cadeias de hidrocarbonetos que vão se tornar combustível líquido.

"O desafio é a grande quantidade de energia elétrica necessária para separar o hidrogênio presente na água. Essa energia deve preferencialmente ser de origem limpa, como solar, eólica ou de hidrelétricas", pontua.

O hidrogênio, que também pode ser extraído do gás natural, é a grande aposta de países como a Alemanha para renovar sua matriz energética - apesar dos desafios para obtê-lo.

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Além de servir para sintetizar combustível líquido, o hidrogênio também é visto como alternativa às caras e pesadas baterias de veículos a propulsão elétrica. Por meio das chamadas célula de combustível, incorporadas a automóveis, o gás é utilizado para gerar a eletricidade necessária para a propulsão das rodas.

Modelos como o Toyota Mirai, comercializado no Japão, já trazem essa tecnologia e são abastecidos com hidrogênio.

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* Com informações de matéria publicada em 24/05/2023

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