Revolucionário? Como funciona sistema híbrido diferente do novo Porsche 911
O Porsche 911 da geração atual foi reestilizado pela primeira vez, com alterações parcimoniosas na parte visual, mas é como diz o velho ditado: quem vê cara não vê coração.
No caso do famoso esportivo alemão, as novidades que realmente importam estão relacionadas ao motor da versão GTS na linha 2025.
Além de trazer um propulsor inédito, o conjunto motriz adota pela primeira vez na história do 911 um sistema híbrido batizado como T-Hybrid que de comum não tem nada.
Carros híbridos convencionais, daqueles que trazem bateria pequena, recarregada exclusivamente pela energia das desacelerações e pelo motor a combustão, costumam ter alcance elétrico baixo e desempenho mais comedido, isso muda nos plug-in, que trazem baterias bem maiores, propulsão elétrica mais potente e a possibilidade de rodar dezenas de quilômetros no modo totalmente elétrico.
Seria natural pensar que a segunda opção foi a adotada no 911, já que funcionou para o superesportivo 918 Spyder, o primeiro Porsche híbrido da história. Contudo, não foi esse o caminho adotado dessa vez.
Para o 911 GTS T-Hybrid, o ponto de partida da marca alemã foi o novo propulsor traseiro de seis cilindros opostos com 3,6 litros de cilindrada que, sozinho, rende 485 cv e 58,1 kgfm - auxiliado por um motor elétrico acoplado ao câmbio automatizado de dupla embreagem, consegue força extra mesmo em velocidades baixas para atingir 541 cv de potência combinada e 62,2 kgfm de torque máximo. É o que basta para ir de zero a 100 km/h em 3 segundos e alcançar 312 km/h.
Trata-se de um sistema híbrido aparentemente convencional, mas com peso e tamanho mínimos e alta voltagem (440 V). Para se ter uma ideia, a Porsche afirma que o elemento tem o mesmo peso e formato de uma bateria de 12V, o que permitiu instalá-lo na dianteira. A armazenagem é mínima, de apenas 1.9 kWh, mas a função do conjunto não é somente economizar combustível e baixar emissões - ganha-se, como descrito acima, uma boa dose de desempenho.
Associado ao sistema está o novo turbocompressor, que tem acionamento elétrico em vez de ser exclusivamente alimentado pelos gases de escape do propulsor a combustão, como acontece nos turbos convencionais
Para evitar o famoso "turbo lag", esse motor elétrico enche a turbina imediatamente com os gases resultantes da combustão do propulsor a gasolina. - isso permitiu usar apenas uma turbina, contra duas no modelo anterior, além de trazer um ganho de 15 cv.
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Quero receberO conceito é parecido com o de um supercapacitor, um tipo de híbrido que tem picos de energia altos e baterias menores - o consolo é que elas duram mais do que os ciclos de vida das normais. A energia da bateria de íon de lítio pode não durar muito, mas a resposta é instantânea e a recarga é rápida, podendo ser feita pela recuperação de frenagens.
O 911 GTS cupê pesa 50 kg a mais do que seu antecessor, mas há atenuantes. Um deles é que outro sistema híbrido teria ocupado mais espaço e pesaria mais também. Se fosse um híbrido plug-in, o peso seria inviável, além do fato de a plataforma atual dificultar a instalação de baterias maiores. Também foram incorporados recursos que aumentam o valor exibido na balança, a exemplo das rodas traseiras esterçantes de série - anteriormente, elas eram opcionais.
Como curiosidade, estive no lançamento da geração atual (pré-facelift) em 2018. Na época, os especialistas da marca diziam que não estava no horizonte próximo uma versão híbrida e que as soluções disponíveis na época iriam tirar um pouco o caráter ágil do carro. De fato, 2024 não era um horizonte próximo mesmo e a tecnologia evoluiu bastante desde então.
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