Como 'pior Ferrari do mundo' e DeLorean foram salvos de enchente no RS

Uma Ferrari amarela F355 Spider 1998, apelidada de "a pior Ferrari do mundo", e um DeLorean 1981. Esses foram os dois únicos carros que estão na FuelTech, empresa especializada em injeções programáveis de combustível para carros de alta performance, que não foram atingidos pela enchente que tem afetado Porto Alegre (RS) e boa parte do Rio Grande do Sul nas últimas semanas.

A Ferrari integra a coleção pessoal de Anderson Dick, CEO e fundador da empresa, e tem valor de mercado em torno de R$ 1,5 milhão, conforme seu proprietário. Já o DeLorean é de um colecionador e cliente da companhia e custa cerca de R$ 1 milhão.

A sede da FuelTech fica perto do Aeroporto Salgado Filho, na capital gaúcha, e está há mais de vinte dias embaixo d'água. O prejuízo da companhia já ultrapassa os R$ 6 milhões.

Anderson recorda que, no dia 3 de maio passado, chegou o aviso de que o local poderia ser inundado. Uma força-tarefa foi montada com a ajuda dos funcionários para levantar os veículos para que não fossem atingidos pela água. O empresário mora em Atlanta, nos Estados Unidos, de onde voltou há alguns dias para coordenar os trabalhos de limpeza e recuperação do imóvel.

A Ferrari, que Dick comprou no fim de 2020 nos EUA por menos da metade do preço de um exemplar em bom estado, estava dez anos largada a céu aberto antes de ser restaurada - daí o apelido que o esportivo ganhou.

Ferrari F355 Spider de Anderson Dick logo após ser reformada nos EUA, de onde foi levada para Porto Alegre
Ferrari F355 Spider de Anderson Dick logo após ser reformada nos EUA, de onde foi levada para Porto Alegre Imagem: Acervo pessoal

O esportivo italiano e o DeLorean, do mesmo modelo que ficou famoso na trilogia "De Volta para o Futuro", foram colocados em elevadores e ficaram suspensos a quase dois metros do chão. A água atingiu a altura de 1,80 m dentro da empresa.

"O DeLorean que está na FuelTech é um dos poucos exemplares desse modelo que temos no Brasil. Seu proprietário nos emprestou para deixarmos em exposição nos nossos eventos. O veículo está com problema na injeção, estamos arrumando e conseguimos salvar", detalha Dick.

"A água chegou na altura dos pneus desses carros e eles não ficaram danificados. No entanto, outros seis foram atingidos pela água", conta Dick. Um desses veículos danificados é um Mercedes-Benz que pertenceu a Ayrton Senna e hoje é de outro cliente da FuelTech.

Continua após a publicidade

Outros carros ficaram embaixo d'água

Outros seis carros que estavam na empresa foram danificados pela enchente - dentre eles, o Mercedes-Benz SL 600, ano 1993 que pertenceu a Senna.

A relíquia havia sido deixada na FuelTech para manutenção e os respectivos estragos ainda serão avaliados.

A quantidade de carros que ficaram submersos só não foi maior, explica Anderson, porque aqueles que estavam funcionando normalmente foram retirados do local a tempo, permanecendo na empresa apenas os que não tinham como sair de lá.

"Tentamos levantar esses veículos em elevadores e até em pneus. Imaginávamos que levantar os veículos cerca de 40 centímetros seria o suficiente. Contudo, ninguém imaginava que a água subiria tanto".

Continua após a publicidade

Desde o começo de maio, o acesso à Fiueltech está restrito. Atualmente a água já baixou, mas na última sexta-feira (31) ainda estava com altura de 70 centímetros no interior da sede da empresa, que conta com 250 funcionários.

A empresa havia inaugurado sua nova sede em novembro do ano passado, com investimento de R$ 20 milhões. O prédio tem seguro, mas a apólice não cobre danos causados por enchente, lamenta Dick.

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.

Deixe seu comentário

Só para assinantes