Como Neymar quase foi reprovado em teste da CNH em 2010: 'não teve moleza'
Na manhã desta sexta-feira (14), o atacante Neymar "parou" São Vicente (SP), na Baixada Santista, ao visitar a cidade para renovar a sua CNH (Carteira Nacional de Habilitação).
Na ocasião, o jogador do Al Hilal, que está se recuperando de uma lesão, empolgou seus fãs ao visitar a autoescola onde fez aulas para tirar a carteira de motorista em 2010 e também o Poupatempo, no interior de um shopping do município.
Há 14 anos, em março de 2010, quando ainda era um adolescente e jogava no Santos, Neymar também atraiu uma multidão ao fazer a prova prática da carteira de motorista em São Vicente, ao volante de um VW Fox 1.0.
O exame virou evento, com cobertura da imprensa, relata ao UOL Carros o delegado de polícia Jorge Álvaro Gonçalves Cruz.
Cruz foi o examinador na temida prova de baliza e recorda que o então atleta do Santos estava tenso e perdeu dois pontos de três possíveis para receber a sonhada habilitação.
"O Neymar tinha apenas 18 anos e havia cerca de 200 pessoas em volta dele, entre fãs, instrutores e outros alunos. Notei que estava com a perna tremendo. Para descontrair, disse que ele tinha recentemente marcado gol de pênalti no São Paulo do Rogério Ceni, com paradinha e estádio lotado, e não iria tremer ali", conta o delegado, que na época também era diretor da 112ª Ciretran (Circunscrição Regional de Trânsito).
Torcedor do Peixe, Cruz referiu-se à vitória do Santos sobre o São Paulo por 2 a 1 em fevereiro daquele ano, na Arena Barueri, pelo Paulistão.
Na baliza, o atleta colocou o carro na vaga direitinho, mas ameaçou sair do veículo antes de tirá-lo de lá. Mas não foi isso que fez Neymar perder os dois pontos, diz o delegado.
"Ele foi muito bem na baliza e o desconto na pontuação aconteceu durante o teste de percurso, com outro examinador. Não lembro quais infrações cometeu, creio que deixou de dar seta. Não demos qualquer moleza, o tratamento foi o mesmo dado aos demais alunos".
Grito de alerta
UOL Carros também conversou com Fábio da Silva Bullo, que Neymar visitou nesta sexta. Ele foi o instrutor de Neymar nas aulas práticas e acompanhou o atacante na prova.
"Aquele dia foi um alvoroço. Quando o pessoal viu que era o Neymar, começou a gritar o nome dele, pedindo foto e autógrafo. Geralmente, durante o teste de baliza, os demais alunos ficam no outro lado da rua para dar um espaço. Porém, com ele não foi assim".
Ao perceber que o jogador ensaiou abrir a porta após encaixar o carro, Bullo tratou de alertá-lo:
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Quero receber"Não! Você não pode sair antes de tirar o veículo da vaga!", gritou para o aluno famoso.
"Durante as aulas, ele sempre saía do carro para conferir se tinha feito a manobra corretamente. Acredito que teve o impulso de fazer o mesmo naquela hora, por nervosismo".
Depois de ser informado que passou, conta o instrutor, Neymar "ficou todo contente" e foi logo mostrar a folha de aprovação aos pais, que o acompanhavam na ocasião.
"Eles se abraçaram. Acho que começou ali a liberdade dele. Com apenas um ano como atleta profissional, já tinha um Volvo XC60. No entanto, até então dependia do pai, do segurança ou de amigos para levá-lo a tudo quanto era lado".
Bullo lembra que Neymar contava com o auxílio do amigo e colega Paulo Henrique Ganso, que constantemente dava carona para os treinamentos.
'Volante pesado'
Na profissão desde 1997, o instrutor conta como foi o convívio durante as aulas, que levaram cerca de dois meses - por conta da necessidade de conciliar os horários com os treinos e os jogos do Peixe.
"Ele desempenhou bem, seguia tudo o que eu falava. Aprendeu facilmente. Acredito que a habilidade como jogador e o fato de gostar de carros contribuíram para isso", opina.
Bullo acredita que a maior dificuldade foi com o volante "pesado" do Fox e descreve a então revelação do futebol como alguém "simpático com todo mundo", que "atendia a todos os pedidos" de selfies e autógrafos.
"Eu sou palmeirense e a chave do Fox tinha um chaveiro do meu time do coração. O Neymar sempre brincava, dizendo que me daria um chaveiro do Santos para eu trocar".
O instrutor diz conhecer o craque desde os 13 anos, quando ele começou a frequentar as festas de fim de ano da autoescola onde mais tarde iria estudar - Isaías Júnior, o proprietário da empresa, é amigo de Neymar pai, com o qual atuou como jogador.
"O Neymar já treinava no Santos e chamava a atenção o chute forte. Falávamos que no futuro iria dar trabalho, mas não imaginávamos que se tornaria um atleta do nível que atingiu".
As fotos que ilustram esta reportagem, incluindo a licença de aprendizagem devidamente autografada, são do arquivo pessoal do instrutor.
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Com informações de reportagem publicada em 1º/10/2020
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