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Volvo acaba com recarga grátis para BYD e GWM e vai taxar motorista folgado

Eletroposto da Volvo em Barra Mansa (RJ) integra a rede conectada de carrgadores da marca sueca no Brasil Imagem: Divulgação

Alessandro Reis

Do UOL, em São Paulo (SP)

04/07/2024 04h00

Dez meses após anunciar investimento de R$ 70 milhões para instalar 101 carregadores rápidos de carros elétricos e híbridos plug-in em rodovias do Brasil, dos quais 52 já estão em funcionamento, a Volvo passará a cobrar pelo serviço - até agora, gratuito para clientes de todas as marcas de veículos a baterias.

A cobrança começa em 10 de julho, mas apenas em automóveis de outras montadoras - o carregamento continua gratuito para proprietários de carros eletrificados da Volvo.

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Atualmente, segundo a Volvo, 24% dos clientes desses pontos de recarga utilizam veículos da Volvo. A grande maioria (47%) conduz modelos eletrificados da BYD e a terceira marca com mais usuários é a também chinesa GWM (13%).

O custo será elevado, considerando os preços médios praticados por outras fornecedoras de eletropostos: R$ 4 por cada kWh, mais taxa de conectividade de R$ 2,50. A título de comparação, o custo de cada kWh na start-up Tupi, parceira dos postos Shell, varia de R$ 1,80 a R$ 2,15, aproximadamente.

Para consultar os carregadores que passarão a ter cobrança, o cliente deve acessar o aplicativo Volvo Car Eletropostos, e usar o filtro para eletropostos pagos. Nesse mesmo aplicativo, é possível localizar todos os carregadores conectados, gerenciar a recarga e efetuar o pagamento.

Taxa de ociosidade

Outra cobrança a ser implementada pela Volvo tem um caráter educativo e vai afetar os condutores que se ausentam do eletroposto e deixam o carro plugado no carregador mesmo após a conclusão da respectiva recarga - impedindo outros usuários de utilizar o serviço até que o "folgado" retorne.

Trata-se da taxa de ociosidade, que penaliza esse tipo de usuário. Após 15 minutos de tolerância, são cobrados R$ 5 a cada minuto, até que o ponto de recarga seja, finalmente, liberado ao uso de outras pessoas.

"Percebemos que ainda é necessário educar os usuários sobre a realidade dos carros elétricos e a questão da infraestrutura", diz Marcelo Godoy, Presidente da Volvo Car Brasil.

Quanto ao preço de R$ 4 por kWh, que deverá afastar clientes que conduzem veículos de outras marcas, Godoy afirma que é um valor condizente com o serviço.

"É um preço justo para o que a gente entrega. Nossos eletropostos de carga rápida funcionam 24 horas por dia, têm serviço 0800 de atendimento ao consumidor, localização privilegiada, com segurança e outros serviços próximos, conectividade e manutenção regular", defende o executivo, acrescentando que cada carregador instalado pela Volvo custa, aproximadamente, de R$ 500 mil a R$ 600 mil.

Rede em expansão

Carregador rápido da Volvo localizado em Porto Ferreira, no interior de São Paulo Imagem: Divulgação

A Volvo começou a investir na instalação de carregadores no Brasil em 2017, inicialmente com dispositivos mais simples e menos potentes, do tipo wallbox, disponibilizados em shoppings e supermercados.
Conforme a empresa, hoje há cerca de mil aparelhos desse tipo no país - estes não são conectados e a respectiva carga é mais lenta, de 7 kW.

Quanto à rede de carregadores rápidos, com potências que vão de 30 kW a 150 kW, a Volvo informa que os 52 já instalados totalizam 19 mil km de rodovias e 37 rotas conectadas. Conforme a companhia, no ano passado foram realizadas 40 mil recargas nesses eletropostos, que correspondem a 1 milhão de kWh consumidos.

Caso já houvesse a cobrança de R$ 4 por cada kWh e ela valesse para todos os clientes, essas recargas teriam rendido, portanto, faturamento de R$ 4 milhões para a Volvo no período - sem contar os R$ 2,50 de taxa de conectividade e a taxa de ociosidade.

A Volvo afirma que todo a receita proveniente das recargas, a partir do início da cobrança, será investido em melhorias e expansão da rede atual de eletropostos da marca.

"O principal ponto de iniciar a cobrança é dar aos clientes a sensação de qualidade do serviço prestado. Sabemos que ainda temos um caminho extenso a percorrer e a gente pede que mais players venham ao mercado [para ampliar a infraestrutura de recarga de veículos eletrificados", conclui Godoy.

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