Volvo acaba com recarga grátis para BYD e GWM e vai taxar motorista folgado

Dez meses após anunciar investimento de R$ 70 milhões para instalar 101 carregadores rápidos de carros elétricos e híbridos plug-in em rodovias do Brasil, dos quais 52 já estão em funcionamento, a Volvo passará a cobrar pelo serviço - até agora, gratuito para clientes de todas as marcas de veículos a baterias.

A cobrança começa em 10 de julho, mas apenas em automóveis de outras montadoras - o carregamento continua gratuito para proprietários de carros eletrificados da Volvo.

Atualmente, segundo a Volvo, 24% dos clientes desses pontos de recarga utilizam veículos da Volvo. A grande maioria (47%) conduz modelos eletrificados da BYD e a terceira marca com mais usuários é a também chinesa GWM (13%).

O custo será elevado, considerando os preços médios praticados por outras fornecedoras de eletropostos: R$ 4 por cada kWh, mais taxa de conectividade de R$ 2,50. A título de comparação, o custo de cada kWh na start-up Tupi, parceira dos postos Shell, varia de R$ 1,80 a R$ 2,15, aproximadamente.

Para consultar os carregadores que passarão a ter cobrança, o cliente deve acessar o aplicativo Volvo Car Eletropostos, e usar o filtro para eletropostos pagos. Nesse mesmo aplicativo, é possível localizar todos os carregadores conectados, gerenciar a recarga e efetuar o pagamento.

Taxa de ociosidade

Outra cobrança a ser implementada pela Volvo tem um caráter educativo e vai afetar os condutores que se ausentam do eletroposto e deixam o carro plugado no carregador mesmo após a conclusão da respectiva recarga - impedindo outros usuários de utilizar o serviço até que o "folgado" retorne.

Trata-se da taxa de ociosidade, que penaliza esse tipo de usuário. Após 15 minutos de tolerância, são cobrados R$ 5 a cada minuto, até que o ponto de recarga seja, finalmente, liberado ao uso de outras pessoas.

"Percebemos que ainda é necessário educar os usuários sobre a realidade dos carros elétricos e a questão da infraestrutura", diz Marcelo Godoy, Presidente da Volvo Car Brasil.

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Quanto ao preço de R$ 4 por kWh, que deverá afastar clientes que conduzem veículos de outras marcas, Godoy afirma que é um valor condizente com o serviço.

"É um preço justo para o que a gente entrega. Nossos eletropostos de carga rápida funcionam 24 horas por dia, têm serviço 0800 de atendimento ao consumidor, localização privilegiada, com segurança e outros serviços próximos, conectividade e manutenção regular", defende o executivo, acrescentando que cada carregador instalado pela Volvo custa, aproximadamente, de R$ 500 mil a R$ 600 mil.

Rede em expansão

Carregador rápido da Volvo localizado em Porto Ferreira, no interior de São Paulo
Carregador rápido da Volvo localizado em Porto Ferreira, no interior de São Paulo Imagem: Divulgação

A Volvo começou a investir na instalação de carregadores no Brasil em 2017, inicialmente com dispositivos mais simples e menos potentes, do tipo wallbox, disponibilizados em shoppings e supermercados.
Conforme a empresa, hoje há cerca de mil aparelhos desse tipo no país - estes não são conectados e a respectiva carga é mais lenta, de 7 kW.

Quanto à rede de carregadores rápidos, com potências que vão de 30 kW a 150 kW, a Volvo informa que os 52 já instalados totalizam 19 mil km de rodovias e 37 rotas conectadas. Conforme a companhia, no ano passado foram realizadas 40 mil recargas nesses eletropostos, que correspondem a 1 milhão de kWh consumidos.

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Caso já houvesse a cobrança de R$ 4 por cada kWh e ela valesse para todos os clientes, essas recargas teriam rendido, portanto, faturamento de R$ 4 milhões para a Volvo no período - sem contar os R$ 2,50 de taxa de conectividade e a taxa de ociosidade.

A Volvo afirma que todo a receita proveniente das recargas, a partir do início da cobrança, será investido em melhorias e expansão da rede atual de eletropostos da marca.

"O principal ponto de iniciar a cobrança é dar aos clientes a sensação de qualidade do serviço prestado. Sabemos que ainda temos um caminho extenso a percorrer e a gente pede que mais players venham ao mercado [para ampliar a infraestrutura de recarga de veículos eletrificados", conclui Godoy.

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