Carros chineses têm aumento de preços após 'tarifaço'; veja novos valores
O mercado automotivo brasileiro já começa a sentir os efeitos do aumento do imposto de importação para carros híbridos e elétricos. Montadoras chinesas que tem ganhado espaço no país, BYD e GWM anunciaram recentemente aumentos em suas linhas para atender a nova tributação, que subiu para 18% em carros elétricos, 20% em híbridos plug-in e 25% em outros híbridos.
O BYD Dolphin 2025, que chegou ao mercado brasileiro com isenção de imposto de importação, recebeu acréscimo nas concessionárias de R$ 10.000 no seu preço final, passando agora para R$ 159.800. Já a versão Dolphin Plus saltou de R$ 179.800 para R$ 184.800, um aumento de R$ 5.000. Este é o primeiro reajuste desde que o modelo chegou ao mercado brasileiro, em junho do último ano.
Dolphin Mini, que foi lançado este ano para quatro lugares, ainda mantém a estratégia de mesmo valor de R$ 115.800, um valor R$ 4 mil menor do que a versão com cinco lugares lançada na semana passada, a R$ 119.800.
Outros modelos da BYD, como o Yuan Plus (R$ 229.800), Song Plus (R$ 239.800) e o Seal (R$ 299.800), também sofreram aumentos, variando entre R$ 3.000 e R$ 10.000.
Em contato com o UOL Carros, a "BYD do Brasil informa que a atualização na tabela de preços, se deve exclusivamente para o lançamento da linha 2025 em nossos modelos".
A GWM também aumentou o preço de seus veículos. O Haval H6 2024, lançado com preço inicial de R$ 209.000, já é encontrado nas concessionárias com aumentos que variam de R$ 2.000 a R$ 10.000, dependendo da versão.
A hibrido plug-in PHEV19, por exemplo, que foi lançada recentemente no Brasil, agora custa R$ 239.000 - um aumento significativo em relação ao seu preço anterior de R$ 229.000. O preço do Haval H6 PHEV34 subiu de R$ 279.000 para R$ 284.000, adicional de R$ 5.000. Já o Haval GT, top de linha, custava R$ 315.000 e agora está R$ 319.000.
Os carros da linha Ora Skin (R$ 150.000) e Ora GT (R$ 184.000) permanecem com os mesmos valores.
"A GWM precisou fazer o reajuste por conta do aumento no imposto de importação em 1º de julho. Esse reajuste impactou toda a linha GWM em diferentes proporções, não apenas em preço, mas também condições de comercialização", diz Ricardo Bastos, diretor de Assuntos Institucionais da GWM Brasil.
"Nossa expectativa é que com o início da produção nacional na fábrica de Iracemápolis, no primeiro semestre de 2025, as vendas da GWM sejam menos afetadas por mudanças no imposto de importação ou pela alta do dólar no futuro", completou.
Como funciona a nova tarifa
O aumento das tarifas de importação de carros elétricos no Brasil é uma medida governamental que visa estimular a produção nacional e reduzir a dependência de veículos importados. A política anterior de tarifa zero para carros elétricos e híbridos, em vigor desde 2015, foi revertida.
Os próximos aumentos para os carros elétricos importados estão previstos para julho de 2025, quando a tarifa chegará a 25%, e para julho de 2026, quando atingirá o patamar máximo de 35%. Apesar da pressão da indústria automobilística, que defendia a antecipação da cobrança, o governo federal confirmou que os novos aumentos do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) serão implementados conforme este cronograma original.
O presidente da Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Marcio de Lima Leite, havia solicitado a antecipação dos aumentos, alegando que o crescente volume de importações representava um risco para o setor nacional. No entanto, o governo optou por manter o calendário original, buscando um meio-termo que atenda às necessidades de todos os envolvidos.
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) manifestou forte repúdio à nova política de Imposto de Importação para carros híbridos e elétricos. A entidade critica a medida por favorecer carros movidos a combustíveis fósseis e desestimular investimentos na indústria nacional de veículos elétricos e híbridos.
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