Economia no posto: entenda o novo item obrigatório que poupa combustível
Alessandro Reis
Do UOL, em São Paulo (SP)
07/09/2024 05h30
Um equipamento obrigatório que passou a vir em 20% dos automóveis novos a gasolina, a etanol e flex comercializados no Brasil a partir do ano passado equipará 60% dos veículos zero-quilômetro com essa motorização em 2024 e 100% em 2025.
Esse item é capaz de melhorar a qualidade do ar, além de proteger a saúde dos frentistas na hora do reabastecimento. Além disso, contribui para reduzir o consumo de combustível. Por outro lado, encarece a produção dos veículos.
Trata-se do sistema ORVR (onboard refueling vapor recovery ou sistema de recuperação de gases, em português). Essa tecnologia, que já é utilizada em larga escala nos Estados Unidos há mais de 20 anos, faz parte do Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores) no Brasil.
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De acordo com a Eaton, que fabrica o equipamento em Valinhos, no interior de São Paulo - e hoje fornece o componente para veículos produzidos e vendidos no Brasil -, o ORVR reduz em até 98% as emissões de gases tóxicos provenientes da gasolina, do etanol ou da mistura desses combustíveis, no caso dos carros flex.
Os gases que o sistema é capaz de reter incluem o benzeno, que é cancerígeno e traz prejuízo ao meio ambiente e aos trabalhadores de postos de combustíveis.
Conforme a Eaton, a tecnologia ORVR é acoplada ao tanque de combustível dos veículos e traz válvulas e um filtro de carbono que impedem que esses vapores escapem para a atmosfera.
Esses gases, muitos deles inflamáveis, são reenviados para o motor e queimados juntamente com o combustível - dessa forma, reduzem o desperdício, aproveitando ao máximo o etanol ou a gasolina e, consequentemente, reduzindo o consumo.
Segundo o consultor ambiental Gabriel Murgel Branco, devido ao fato de aproveitar o combustível na forma de vapor no próprio motor, a tecnologia acaba "se pagando durante a vida útil do veículo", apesar de representar um custo adicional na fabricação dos automóveis.
"[O ORVR] custa algo em torno de US$ 25 a US$ 30 por veículo, o que, em um horizonte de 20 anos, vai custar US$ 1,4 bilhão. Só que ele vai economizar US$ 3,4 bilhões em gasolina. Então, ele acaba se pagando", disse Branco em audiência pública realizada em novembro de 2017 na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados.
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