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Golpe do QR Code: bandidos inovam para usar bikes do Itaú sem pagar

Imagem: Fernando Donasci / Folhapress

Jainara Costa

Colaboração para o UOL

10/09/2024 05h30

Usuários das bicicletas compartilhadas fornecidas no Rio de Janeiro, conhecidas como 'bikes laranjinhas do banco Itaú', relatam um novo golpe. Os bandidos têm trocado os QR Codes originais para fraudar o sistema de aluguel e fazer os usuários pagarem pelo serviço sem utilizar. As reclamações partem dos moradores do bairro Tijuca, na zona norte da cidade.

Como funciona o golpe

Golpistas colocam adesivos nas bicicletas com QR Code referente a outra bike, estacionada em uma estação diferente. Quando o modelo é liberado, o bandido consegue retirá-lo sem custos pelo aluguel.

Caso a bicicleta seja utilizada mais que o tempo previsto, o gasto do uso extra também é repassado para a vítima.

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A fraude ainda deixa o usuário impossibilitado de solicitar outra liberação, já que a conta já está vinculada à retirada da bicicleta que está com o golpista.

A professora Carla Sammartino testemunhou o caso de perto. Ela tem o aplicativo da Bike Rio, no qual paga uma taxa mensal para utilizar a bicicleta. Já sabendo do caso, um dia estranhou o adesivo extraviado do QR Code. No momento retirou o lacre e viu que todas as outras estavam da mesma forma, então desistiu de usar.

"Não tentei pegar a bike, porque se eu liberasse iria pagar mais para outros usarem. O que vi é que eles usam mais que a hora determinada, fazendo com que nós usuários paguem pela hora extra. Não estou mais usando porque estou com medo", disse a professora.

O que diz a empresa

A Tembici, responsável pelo sistema de bicicletas compartilhadas no Rio de Janeiro, diz que tem conhecimento de ações desse tipo e diariamente faz a conservação das estações e verificação dos QR Codes para garantir o funcionamento de suas instalações. A empresa também já está instalando QR Codes autodestrutivos nas bikes, que ao serem retirados se rasgam e perdem a validade.

Disseram ainda que não registraram o caso na Polícia Civil porque os criminosos utilizam a bicicleta por meio do QR Code, mas depois a devolvem. Nenhum desaparecimento de bicicleta foi registrado até agora.

"A Tembici utiliza os canais de comunicação para orientar os usuários sobre o uso do sistema, reforçando que a retirada e devolução das bicicletas só é confirmada após a luz verde ser acesa e um sinal sonoro ser emitido, garantindo assim o uso e travamento da bike", disse a empresa.

"Todas as viagens realizadas com as bicicletas compartilhadas são monitoradas, e quando situações do tipo são relatadas, a equipe da Tembici entra em contato com o usuário para verificar a situação e evitar cobranças indevidas. Em caso de bikes extraviadas, a recuperação é acionada, uma vez que 100% da frota possui GPS", completou.

A orientação em caso de qualquer ato de vandalismo ou comportamento suspeito seja presenciado que entrem em contato por meio dos seus canais oficiais de comunicação.

A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil diz que não existem registros de ocorrência sobre este fato na delegacia da área. "É necessário que a empresa Tembici e o Banco Itaú se manifestem, procurem a delegacia e apresentem informações sobre os casos", diz a assessoria de comunicação da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Também entramos em contato com a Polícia Militar do Rio de Janeiro, que afirma que a corporação emprega policiamento na região e intensifica as abordagens e revistas aos cidadãos em conduta suspeita. Havendo constatação de flagrante delito, os envolvidos serão presos.

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