PM do Rio ganha carros 'secretos', mas governador deixa escapar quais são
Wandick Donett
Colaboração para o UOL
01/10/2024 05h30
O anúncio dos novos carros da Polícia Militar gerou polêmica no Rio de Janeiro. Em postagem nas redes sociais, o governador Claudio Castro (PL) exibiu a criação de uma frota descaracterizada, que agirá a paisana em um trabalho de inteligência e investigação. O detalhe, porém, é que a postagem deixou escapar quais seriam estes 38 veículos 'secretos'.
Ainda que tenham tentado disfarçar, sem mostrar a logomarca e a frente dos veículos, dá para perceber claramente que se trata do Nissan Kicks Active, veículo que é produzido em Resende, no estado do Rio de Janeiro.
A principal crítica recai sobre a exposição dos modelos dos veículos, já que a ideia divulgada pelo governador era de que eles atuariam disfarçados.
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"É como se a polícia estivesse anunciando para os bandidos quais carros evitar", ironizou um internauta nos comentários da postagem.
Além das críticas à exposição dos veículos, a iniciativa também gerou preocupação em relação à segurança de cidadãos que possuem carros com características semelhantes às das viaturas a paisana. "Se eu tenho um carro desse, venderia e compraria um de outro modelo", comentou outro internauta.
A controvérsia se acentuou com o fato de que detalhes como modelo, das cores prata, preto e branco, placas e até o Renavam dos veículos estão acessíveis pelo Sistema Eletrônico de Informações (SEI) do governo do Rio, sem qualquer proteção de sigilo. O valor total do contrato com a Nissan é de R$ 4,3 milhões (R$ 114 mil cada um dos 38 veículos).
Questionado sobre o episódio, Claudio Castro minimizou o fato de ter divulgado quais serão os carros a paisana da PM do Rio. Segundo o governador, "quando esse veículo vem para a segurança pública ele tem as placas alteradas. Sempre foi assim e continuará assim porque está na lei".
"Sobre o vídeo, esses veículos são apenas uma das marcas, com uma das cores e não representam nem 10% dos veículos descaracterizados que vão para 92 municípios, para diversos bairros. Ou seja, é uma agulha no palheiro tentar achar que só esses 38, de quase 400, que vão causar risco a qualquer um", completou.
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