Chevrolet Equinox EV tem freio 'na mão' e chega ao Brasil mais caro que BMW

O Chevrolet Equinox EV é a penúltima novidade prometida pela marca para o Brasil em 2024. Depois de Spin, S10, Trailblazer e Blazer EV, o SUV elétrico chega ao país com design afiado, boa autonomia e alto preço. Vendido em versão única, o carro não sai por menos de R$ 419 mil - apenas R$ 60 mil a menos que o 'irmão maior' lançado recentemente.

Bolt, Blazer e agora o Equinox pavimentam o caminho da eletrificação da marca norte-americana no país. No começo deste ano, a GM voltou atrás nos planos globais de pular diretamente dos carros a combustão para elétricos. E no Brasil não será diferente, tanto que a fabricante já prepara o lançamento de dois modelos híbridos flex em 2025 como parte do investimento bilionário programado até 2028 por aqui.

Mas, enquanto não chegam, a Chevrolet traz ao país suas vitrines tecnológicas e o Equinox EV é uma delas. Mesmo importado do México (país com que o Brasil tem um acordo comercial), o SUV médio-grande tem uma etiqueta polpuda e vai concorrer com uma fatia premium do mercado, que tem Volvo C40 (R$ 359.950), Hyundai Ioniq 5 (R$ 394.990), BMW iX1 (R$ 362.950) e também o Kia EV5 (R$ 399.990). Só tem um detalhe: o Chevrolet é mais caro que todos. Será que o conteúdo justifica a etiqueta de preço?

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Desvendando o Chevrolet Equinox EV

Design: o SUV de 4,84 metros de comprimento (maior que um Toyota SW4) e 2,95 m de entre-eixos (distância de picape) tem um visual moderno e até, digamos, futurista. Lembra os carros elétricos do passado que eram esteticamente 'exóticos' em comparação aos veículos a combustão para, justamente, mostrar que eram movidos a bateria e se destacarem na multidão.

Uma assinatura de luz fina percorre toda a dianteira e o 1,65 m de largura do carro. Logo abaixo estão os faróis full-LED de posição, bem discretos, inseridos no para-choque texturizado que se mistura com a grade fechada.

De perfil, chamam atenção as rodas de 19 polegadas e as maçanetas embutidas, que saltam quando você chega perto do SUV devido à aproximação da chave. E elas se recolhem quando o carro é travado para melhorar a eficiência aerodinâmica e, consequentemente, a autonomia. A traseira, por sua vez, é menos inspirada com lanternas conectadas e que trazem um formato convencional, sem a ousadia da dianteira.

Vida a bordo: basta entrar no carro com a chave no bolso e pressionar o pedal de freio para o veículo ligar - não existe botão de partida. Para desligar é só colocar a alavanca de câmbio (estranhamente posicionada na coluna de direção, igual aos Mercedes-Benz) na posição "P" e abrir a porta.

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O sistema multimídia My Link domina as atenções da cabine pela gigantesca tela de 17,7 polegadas, que controla praticamente todas as funções do carro. É intuitiva, de fácil manuseamento e até Wi-Fi integrado. Os compradores ganharão quatros anos grátis e terão 20 gb por mês para gastar de internet (em até sete aparelhos simultâneos).

A central usa o Google Automotive nativo como programa padrão, com vários aplicativos. Ou seja, não espelha Apple Carplay e Android Auto.

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Já o quadro de instrumentos digital tem 11" e 20 configurações de telas que podem ser escolhidas de acordo com a preferência de quem dirige, desde estatísticas de eficiência de condução, passando pelas condições do veículo até a capa do álbum que está tocando no sistema de áudio.

Já o curto test-drive em ambiente controlado nos deu uma primeira impressão positiva do SUV elétrico. Os 4,84 metros de comprimento e 1,95 m de largura não são tão espantosos quanto às dimensões superlativas do Blazer, que chega perto dos 3,10 de entre-eixos. O convívio do Equinox EV com motos, carros e caminhões nas ruas deve ser mais afável. O porta-malas leva bons 441 litros.

Um fator que impressiona é o modo de regeneração de energia, o famoso One Pedal. São dois ajustes: normal e avançado. Neste último, surpreende a intensidade da frenagem mesmo em altas velocidades. Basta tirar o pé do acelerador e o Equinox estanca de forma bem eficiente. Em baixas velocidades chega até a ser abrupta a parada.

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Dá para desligar também. Aí entra em ação a aleta acoplada ao volante (na parte esquerda). Funciona como uma espécie de freio-motor manual. Basta pressionar a borboleta e o SUV começa a reduzir. Claro que é preciso ter cuidado porque não tem a mesma eficiência e usabilidade do pedal de freio, mas dá pra se acostumar, medir as distâncias no dia a dia, frear somente com a mão e, assim, aumentar a bastante a autonomia. A GM fala em mais de 40%.

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Desempenho: os dois motores elétricos (a tração prioritariamente é dianteira e transfere para trás caso haja necessidade) despejam 292 cv e 46 kgfm de torque. Em um primeiro momento estes números podem parecer pouco para o SUV de 2.336 kg. Mas o Equinox EV acelera de zero a 100 km/h em 5,8 segundos - mesmo tempo do Blazer EV, que tem 347 cv. Uma explicação pode estar no peso menor, claro, e também na tração integral, já que o SUV maior direciona a força para as rodas traseiras.

Na curta avaliação no campo de provas da GM no interior de São Paulo foi possível perceber que não falta força. Os 46 kgfm de torque entregues instantaneamente ao pressionar o acelerador não grudam o corpo do motorista (ou dos passageiros) no banco. Há um impacto inicial, mas a entrega de potência e o ganho de velocidade se dão de forma serena e gradativa, sem arroubos esportivos. Claro que para a cidade e sair dos enroscos do trânsito é mais do que suficiente - até mesmo para fazer ultrapassagens na estrada com muita facilidade.

O rodar é sólido. Na pista, onde o asfalto é bem liso, não dá para perceber solavancos ou batidas secas. O acerto da suspensão privilegia o conforto dos ocupantes. Estes, inclusive, se acomodam bem atrás. Os 2,95 m de entre-eixos sugerem um espaço abundante, porém na prática a área para as pernas é boa (para pessoas de até 1,80 m). Os mais altos podem raspar um pouco a cabeça no teto.

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Autonomia: o Equinox EV usa uma robusta bateria de íon-lítio de 85 kWh, o que gera uma autonomia de 443 km, de acordo com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro). Este número o coloca entre os cincos carros de maior autonomia vendidos no Brasil, só perdendo para modelos da BMW e o irmão maior Chevrolet Blazer EV - e empatando com o novo Porsche Macan. No padrão de medição dos Estados Unidos, a autonomia supera facilmente os 500 km. A velocidade de recarregamento é outro atributo: até 22 kW (AC) e 150 kW (DC).

Equipamentos: o Equinox E vem de série com oito airbags, teto solar panorâmico, controles eletrônicos de tração e estabilidade, alertas de colisão e de tráfego cruzado, frenagem autônoma de emergência, controle de cruzeiro adaptativo, correção da direção em caso de risco de colisão lateral, alerta de ponto que permanece ativo mesmo após o carro ser desligado para auxiliar o desembarque, banco com ajustes elétricos e porta-malas com abertura/fechamento elétrico e quatro entradas USB-C.

Apesar dos R$ 419 mil, o passageiro não dispõe do banco com o mesmo ajuste elétrico do motorista e também não há carregador de celular por indução.

Qual é o sexto elemento?

Nos próximos dois meses a Chevrolet terá mais um lançamento no Brasil. O que será? Nossa aposta é uma nova versão da picape Silverado ou até mesmo a variante a combustão da nova geração do próprio Equinox (que pouco tem a ver com sua configuração elétrica) e que também viria do México com motor 1.5 turbo a gasolina de 175 cv. Resta aguardar?

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