'Pior Ferrari do mundo' resiste a enchente e ganha nova vida após reparo

A Ferrari F355 98 amarela, apelidada de 'pior do mundo' por seu estado precário quando chegou ao Brasil, está prestes a renascer das cinzas. Após sobreviver às enchentes no Rio Grande do Sul, o veículo está passando por uma restauração completa.

Anderson Dick, proprietário do veículo, explica que a decisão de realizar a restauração completa surgiu após a enchente, que danificou algumas partes do carro - atingido mesmo estando em um elevador automotivo de 2 metros de altura.

"A enchente, apesar de não submergir, mofou bastante e afetou algumas superfícies metálicas e acabamentos. Aí achei que seria o momento de parar para essa restauração", afirma.

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Imagem: FuelTech

O reparo, segundo ele, está sendo realizada no Brasil, onde os custos são menores do que nos Estados Unidos. Iniciado em 15 de setembro, deve durar cerca de um ano e envolve a troca completa de tapeçaria, couro e outros acabamentos internos.

O conserto do interior está sendo realizado por uma empresa em Indaiatuba (SP). Já a Kalu Import será responsável por alinhar a carroceria, reparar a lataria, restaurar o motor e realizar outros serviços de funilaria e pintura.

"Apenas após a decapagem [remoção da tinta] pudemos ter a dimensão do real trabalho de funilaria que vai ser necessário. Agora nós vamos levar o carro para uma mesa de alinhamento técnico para verificar o quanto a estrutura do carro está fora dos padrões de fábrica e alinhá-la novamente", disse Caio Mathias, sócio da Kalu Import.

"Posteriormente será feita a funilaria e, se necessário, a substituição de algumas peças. Em seguida, vem a pintura e a montagem. É um trabalho muito criterioso, pois não há tantas peças disponíveis para esse carro e, as que ainda encontramos no mercado, estão cada vez mais caras, então temos que preservar o máximo possível", completou.

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Imagem: FuelTech
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O valor total da restauração ultrapassa os R$ 300 mil, um investimento significativo, mas que, segundo Anderson, vale a pena. Ele acredita que a F355, após a restauração, terá um valor de mercado muito superior, podendo chegar a mais de R$ 2,5 milhões. No entanto, o objetivo principal seria o desejo de ter um carro único e exclusivo - que terá obrigatoriamente que retornar aos EUA.

"Ela tem que voltar em 2026, quando vence os cinco anos de [autorização] temporária, pois ela é 1998 e não pode ser importada antes de 2028. Quando acabar a restauração ela fica no Brasil até 2026 e aí volta pros EUA comigo. Deve ficar por aqui, não sei se volta pro Brasil depois disso, acho que não", disse Anderson.

"A restauração nos EUA seria o dobro, compensa os custos de importação temporária que são em torno de R$ 70 mil ida e volta. Tem muito americano fazendo isso de restaurar no Brasil. Carros assim especiais e famosos tem valores como obra de arte, não pretendo vender. Quero transformar da pior para a melhor Ferrari F355 do mundo", concluiu.

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Imagem: FuelTech

A Ferrari, que Dick comprou no fim de 2020 nos EUA por menos da metade do preço de um exemplar em bom estado, estava dez anos largada a céu aberto antes de ser restaurada - daí o apelido que o esportivo ganhou.

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