XR3 Super Sport: Escort branco com detalhes verdes é uma raridade no Brasil
No fim da década de 1980, a Ford era fornecedora de motores da Benetton, equipe da Fórmula 1 que teve Nelson Piquet e Michael Schumacher entre seus pilotos. Foi nessa escuderia, inclusive, que o alemão mais tarde conquistaria o primeiro dos seus sete campeonatos na categoria, em 1994.
Ao menos no Brasil, a montadora nunca se valeu oficialmente da parceria na F-1 para vender seus carros. Mesmo assim, uma rara série especial do Escort, hoje cultuada por colecionadores, é conhecida pelo nome Benetton.
Trata-se do XR3 Super Sport, lançado em 1989 com apenas mil exemplares produzidos. Ou, para fãs do hatch esportivo, XR3 Benetton.
A edição limitada não traz nenhum logotipo alusivo à equipe, batizada com o mesmo nome da conhecida marca italiana de vestuário. No entanto, de acordo com o colecionador de carros antigos Alexandre Badolato, os planos originais da Ford eram de batizar a série como Benetton.
"Esse carro nunca foi Benetton. Era para ser, mas não virou. A prova disso é a plaqueta no cofre do motor, que traz a inscrição XR3 BEN", diz Badolato, que é dono de um Ford Escort XR3 Pace Car, ainda mais raro.
"Eu acredito que, aos 46 minutos do segundo tempo, deu algum problema com o licenciamento da marca. Permaneceram a pintura branca, bem como os frisos, o revestimento interno e o logotipo traseiro na cor verde, que é justamente a tonalidade usada no símbolo da Benetton", complementa.
Curiosamente, o XR3 inspirado na F-1 não traz motor Ford e sim o AP-800 S a álcool da Volkswagen, utilizado no Gol GT. Com 99 cv declarados, esse propulsor estreou em 1989 no XR3, em substituição ao CHT utilizado até então na linha Escort. Na época, as duas montadoras formavam a Autolatina e compartilhavam componentes e carrocerias.
Exemplar com placa preta está em SP
Além dos detalhes verdes, o XR3 Benetton se diferencia por exibir para-choques e retrovisores na merca cor da carroceria, sempre branca. A lista de itens de série inclui ar-condicionado e teto solar.
Dos poucos exemplares que restaram, um deles é o primeiro da série a receber placas pretas.
O carro foi reformado por Rodrigo Oliveira, um colecionador de São Paulo.
Após cerca de dois anos de restauração, hoje está praticamente igual ao tempo em que foi adquirido zero-quilômetro.
Segundo Oliveira, o XR3 trazia interior todo original e carroceria sem ferrugem e bem alinhada, mas foi necessário refazer a pintura, já desgastada e cheia de retoques.
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Quero receberHaveria apenas outros cinco exemplares do XR3 Super Sport além do que ilustra esta reportagem.
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