Professor roda 1 milhão de km com seu Verona e impressiona até a Ford
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Em uma jornada que desafia os limites da indústria automotiva, o professor e engenheiro Creso Peixoto alcançou um marco impressionante: rodou mais de 1 milhão de quilômetros com seu Ford Verona 1990 GLX 1.8.
Dados atualizados da última semana indicam no hodômetro que já rodou 1.077.948 km. Adquirido usado em 1992, com apenas 18 mil km, o sedã se tornou um laboratório sobre rodas para Creso, que documentou cada detalhe da jornada, desde a manutenção até os custos. O veículo atualmente está aposentado na garagem dele.
"Está aqui, o objetivo foi concluído com sucesso, ainda não sei se vou vender ou tentar um novo projeto mais ousado", afirma.
Assim que comprou o carro em 1992, ele decidiu encarar o desafio de rodar mais de 1 milhão de quilômetros com o carro, para testar o quanto possível o carro sobreviveria. E descobriu ao longo desse tempo, colocando tudo em planilha, que o custo por quilômetro rodado foi de US$ 0,14, um valor extremamente baixo considerando a alta quilometragem percorrida. Mas, em valores atualizados, gastou ao todo cerca de R$ 810 mil, o equivalente a US$ 140 mil.
O projeto
A ideia de rodar 1 milhão de quilômetros e documentar tudo com o mesmo carro surgiu da curiosidade de Creso em entender até onde um veículo poderia chegar. Após atingir a marca de 500 mil quilômetros e perceber que o Verona continuava em boas condições, ele decidiu elevar o desafio.
Ao longo dos 27 anos de uso, Creso registrou em uma planilha todos os gastos com o Verona, desde combustível até peças de reposição. Costumava rodar mais cerca de 4 mil km por mês, predominantemente 90% em uso em rodovias. Com um planejamento cuidadoso e manutenções regulares, Creso conseguiu alcançar a marca.
Ele conta que normalmente trocava de carro quando chegava aos 200 mil km, mas resolveu ousar com o Ford Verona para descobrir se os custos de manutenção aumentariam muito ou se valeria a pena trocar de carro novamente.
A planilha indica que o Verona consumiu cerca 100 mil litros de etanol, 235 litros de óleo e teve 46 trocas de pneus. Ele conta que, ao longo desse tempo, precisou fazer duas retíficas do motor, aos 247 mil km e aos 531 mil km - mas continua original, o mesmo motor Autolatina (holding da Ford com Volkswagen), que também compartilhava o mesmo conjunto de motorização para o VW Apolo.
Um feito que chamou a atenção da Ford
A história de Creso e seu Verona chamou a atenção da Ford, que reconheceu a importância desse feito em 2019. Lyle Watters, na época presidente da Ford América do Sul, o recebeu na sede da empresa em São Paulo e homenageou o engenheiro com uma placa comemorativa.
Ele conta que essa jornada ensinou que a durabilidade de um veículo está diretamente relacionada à qualidade da manutenção e ao cuidado do proprietário. Além disso, o engenheiro demonstra que é possível encontrar veículos robustos e econômicos, mesmo entre os modelos mais antigos.
"Valeu a pena, pois a ideia era verificar se a curva de custos explodiria e vi que não, tende a achatar, toda a manutenção que fiz demostra que se fizer todas as revisões a curva de valor acumulado tende a valer a pena. Mas não sei sobre continuar. Na medida que você insiste, começa a pensar em deixar de lado o conforto e segurança pessoal. Já que a tecnologia vai avançando, esse é o lado negativo de insistir e rodar mais por que aí ficamos reféns de um sistema perene e não seguro. Havia, por exemplo, cinto de segurança, mas não airbags ou outros sistemas de proteção de colisões", opina.
Para ter um comparativo da longevidade e economia de veículos, Creso está realizando um experimento paralelo com um Hyundai HB20 sedan 2014 de sua esposa. O objetivo é comparar os custos de manutenção e consumo de combustível entre os dois veículos.
O desafio é alcançar 300 mil km com o HB20S. Com esse experimento, ele busca comparar a evolução dos veículos e analisar o impacto das novas tecnologias no custo de propriedade. Os resultados preliminares indicam que, apesar das diferenças, o Verona se mostra bastante competitivo em termos de custo por quilômetro rodado.
Recordes pelo mundo
Entre os veículos com a maior quilometragem, o recordista mundial é o cupê Volvo P1800 de 1966, com mais de 5 milhões de km, que pertenceu a Irv Gordon, um professor aposentado dos EUA falecido em 2018. Consta do Guinness World Records como o carro de passeio com mais quilômetros rodados por um único proprietário.
Outro recordista é o Mercedes-Benz 200D W115, que atingiu 4,6 milhões de quilômetros, a maioria deles como táxi em Atenas, Grécia. O proprietário, Gregorios Sachinidis, até comprou outros dois motores para manter o carro funcionando enquanto o propulsor original estava em manutenção.
Mesmo os veículos elétricos podem atingir uma quilometragem elevada. O motorista alemão Hansjörg von Gemmingen atingiu a marca de quase 2 milhões de km rodados com seu Tesla Model S P85 em abril de 2024, assegurando o registro no Guinness Book como o carro elétrico com a maior quilometragem conhecida.
59 comentários
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Paulo Sandro Julio
Matéria fraca, escrita por quem não é do ramo ... 1) Se o motor passou por duas retíficas , após a primeira já não poderia ter sido considerado um motor "standard" .... Portanto não rodou 1.000.000 de km em condição intacta, imaculada. 2) Quem haveria de ter ficado impressionado com algum feito, (caso o motor tivesse atingido 1M/km) deveria ter sido a dona Volkswagen , que de fato é a "dona" do motor 1.800 AP, que se encontra no cofre deste veículo , que na época de sua fabricação compartilhava motores com a fábrica alemã (via Auto Latina), e a Alemã também se utilizava dos motores CHT da ford ... ***Tenho um Fiat Palio 2011, até o presente momento com 430.000km, e SEM NUNCA TER SIDO ABERTO PRA NADA .... Apenas manutenção dos periféricos, que são, correira dentada, cabos de vela, velas, sensores, etc, etc... ESSE SIM , MOTOR STANDARD... ENTENDAM: MOTOR STANDARD: MOTOR QUE NUNCA FOI ABERTO PRA NADA !
Edson Dallaval
Com 2 retificas? Não entendi a proeza.
Guilherme Neves
Fui aluno de Engenharia Civil do Professor Creso em São Paulo. Me formei em 2001 e me lembro do Verona no estacionamento da faculdade, onde já chamava atenção por ser um dos mais antigos na época. Alias, um excelente professor que inspirou uma geração de alunos a docência, inclusive eu.