Frear 'errado' e mais: 5 coisas que fazem você torrar combustível
Alessandro Reis
Do UOL, em São Paulo (SP)
05/12/2024 12h00
Vale a pena rever alguns hábitos ao volante se você quiser reduzir o consumo de combustível e, assim, deixar de gastar alguns reais com a gasolina.
Existem alguns vilões nada óbvios que fazem o carro beber mais e a maioria das pessoas não se dá conta. Selecionamos cinco exemplos desses maus hábitos.
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1 - Pancadão beberrão
Incrementar o automóvel com acessórios não originais, especialmente sistemas de som potentes, é uma prática tão popular que movimenta um enorme mercado.
Muitos não percebem, porém, que a instalação desses itens faz com que o carro beba mais.
Equipamentos de som potentes exigem mais do alternador, que os abastece com eletricidade a partir do movimento do motor. Quando mais energia é requerida, mais combustível é gasto.
Dependendo da potência do som e de outros itens "genéricos" instalados, os problemas não ficam restritos ao consumo maior.
Novos equipamentos podem danificar ou encurtar a vida útil de uma série de componentes. Isso acontece se não houver uma adequação do sistema elétrico,
O efeito mais óbvio é a redução da vida útil da bateria, que passa a reter cada vez menos carga e pode arriar. Contudo, antes de a bateria pifar de vez, há outras consequências.
Ao reter menos carga, a bateria fornece menos tensão e sobrecarrega o alternador e a respectiva correia. Também ocorre maior variação de tensão no sistema. Isso eleva a incidência de pane elétrica, acompanhada por danos a uma série de componentes.
Peças como lâmpadas, ventoinha, motor de arranque e o próprio alternador podem ter a durabilidade seriamente comprometida.
2 - Abusar do freio eleva o consumo
Engana-se quem pensa que o acelerador é o único pedal capaz de aumentar o consumo.
O freio também pode fazer com que a quantidade de quilômetros rodados a cada litro de combustível caia consideravelmente.
Dirigir de forma suave, antecipando as frenagens, é a forma indicada para quem deseja gastar menos dinheiro com abastecimentos - portanto, nada de "esticar" as marchas.
O estilo agressivo de condução também cobra seu preço ao acelerar o desgaste do motor e também dos freios, da suspensão e até dos pneus.
Frear bruscamente depois exige acelerar mais, sem necessidade, para tirar o veículo da inércia. Isso eleva e muito o consumo.
3 - Tanque cheio, bolso vazio
Quando aparece um posto com preços mais em conta, dá aquela vontade de encher o tanque.
Mas não se afobe: preço muito baixo pode sinalizar adulteração no combustível. No caso da gasolina, essa adulteração envolve adição de solventes ou etanol. Nos dois casos, o consumo sobe - sem contar que solventes causam sérios danos ao motor e a outros itens mecânicos
Ainda que o combustível não seja "batizado", quanto mais cheio estiver o tanque, mais peso terá o automóvel - e isso eleva o consumo.
A cada 100 kg, o gasto de combustível aumenta cerca de 6%. Então, nunca encha o tanque até quase transbordar
Além disso, encher o tanque até o bocal danifica o cânister, filtro com carvão ativado responsável por reter os gases provenientes da evaporação do combustível. Esse filtro, geralmente localizado próximo ao tanque, é encharcado, perdendo toda sua eficiência.
Os vapores que emanam do tanque são altamente tóxicos e poluentes - daí a importância de manter o cânister em bom estado.
A orientação é de interromper o abastecimento assim que gatilho for desarmado, proporcionando nível adequado e seguro.
4 - Rodar muito pouco pode virar tiro no pé
Uma alternativa óbvia para gastar menos no posto é reduzir o uso do carro. Contudo, rodar muito pouco a cada dia deixa o veículo mais gastão
O motor precisa atingir a temperatura ideal para o calor expandir os componentes internos e, assim, garantir sua correta lubrificação.
Usar o carro continuamente em deslocamentos muito curtos, insuficientes para se atingir a temperatura correta, também acelera o desgaste.
Dirigir durante menos de 15 minutos nem esquenta o óleo do motor, impossibilitando a lubrificação adequada. Tem carro com baixa quilometragem que apresenta mais desgaste na comparação com um exemplar mais rodado, que, no entanto, funciona a maior parte do tempo na temperatura ideal.
5 - Nada de motor asfixiado
Geralmente, nem precisa pedir: a cada troca de óleo, o responsável já providencia a substituição do respectivo filtro, seguindo o que diz manual do proprietário.
Contudo, quando se trata dos filtros de admissão de ar e de combustível, muitos se esquecem de que eles também devem ser trocados regularmente.
Esse esquecimento tem impacto direto no consumo de combustível. O filtro de admissão sujo restringe a entrada de ar no motor e mais combustível é injetado para compensar o problema.
No caso do filtro de combustível, sua saturação faz o motor falhar, levando o motorista a pisar mais no acelerador. A orientação não poderia ser diferente: troque os filtros nos prazos ou nas quilometragens recomendados pela montadora.
O motor se torna mais eficiente, ou seja, apresenta menor consumo, quando respira bem. Isso envolve diretamente os filtros, que ficam saturados com o passar do tempo.
Fontes: Everton Lopes, engenheiro; Erwin Franieck, engenheiro mecânico.
*Com matéria de maio de 2023