Cola 'milagrosa' arruma para-brisa quebrado? O que é verdade em vídeo viral

A internet é repleta de produtos que 'garantem' milhares de coisas. Uma delas foi apresentada pelo influenciador Giorgio Barone, que tem 3,9 milhões de seguidores no Facebook e costuma testar esse tipo de produto. Ele apresentou uma cola que promete consertar trincas em vidros automotivos.

No vídeo, mostra que o produto vem com um tubo de cola que "seria de nanotecnologia", um plástico transparente e uma lâmina de barbear. Bastava então preencher o trinco do vidro com a cola, nivelar com o plástico e a lâmina. No fim do processo ele mostra que, apesar de ter melhorado bem, a quebra continuava visível.

O termo nanotecnologia é usado para a construção de novos materiais a partir dos átomos, o que não é o caso de uma cola que conserta vidros.

Mas funciona mesmo?

Vidros de carros são formados por duas lâminas "recheadas" por um plástico. No processo de fabricação, as duas partes de vidro são aquecidas e o ar é extraído entre as duas placas. O plástico, que era leitoso, fica transparente.

Quando acontece o impacto no vidro com uma pedra ou outro objeto, abre-se um orifício na primeira lâmina do vidro, o que deixa o ar entrar onde antes havia vácuo.

Não existe milagre para reparo de vidro. Antes é preciso retirar todo o ar novamente e provocar o vácuo. No lugar do ar vai ser injetada a resina sob pressão e ela preenche todas as trincas Vander Miranda, Instrutor de Pesquisa e Desenvolvimento do Centro de Educação Corporativa da Autoglass

Depois da resina aplicada, é feita a secagem usando luz ultravioleta. "Importante lembrar que só é possível realizar o reparo se a quebra tiver acontecido apenas na lâmina externa", afirmou o instrutor da Autoglass.

No caso do vídeo publicado por Barone, ele usou uma picareta que chegou a furar o vidro do carro. Miranda também explica que a trinca continuará sendo visível após o reparo. "Fazer com que ela desaparecesse só seria possível submetendo o vidro a alta temperatura e reconstruindo-o", afirmou.

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Segundo o Contran, só é possível reparar trincas de até 2,5 cm de diâmetro, o equivalente a uma moeda de R$ 1. A quebra também tem que estar dentro da borda de até 10 cm, desde que não esteja na visão do motorista.

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