Recarga em 30 segundos para carro elétrico vem das pistas e já é realidade

O automobilismo sempre foi utilizado como um laboratório para testar tecnologias que depois são adotadas pelos carros de rua.

Esse é o caso do Pit Boost, um recurso para combater um dos maiores problemas envolvendo veículos a baterias: a demora para recarregá-las.

Essa inovação, em linhas gerais, é uma recarga ultrarrápida, que utiliza carregador com 600 kW - potência consideravelmente superior à dos equipamentos utilizados hoje em automóveis de passeio.

Esta inovação possibilita um incremento de energia de 10% (3,85 kWh) nas baterias dos monopostos da Fórmula E em apenas 30 segundos. A estreia da nova tecnologia será no E-Prix de Jeddah, a ser disputado nos dias 14 e 15 de fevereiro de 2025 na Arábia Saudita.

Quando recarga a jato irá para as ruas

Especialistas acreditam que a introdução dessa tecnologia nas ruas pode ocorrer em um futuro não tão distante, em poucos anos.

De acordo com Clemente Gauer, membro do Conselho Diretor da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos), a infraestrutura para carregadores públicos com potências semelhantes já está presente na China e na Europa e também está disponível para veículos pesados, ultrapassando 1.000 kW de potência.

"Hoje já temos automóveis elétricos disponíveis no mercado que já oferecem ao consumidor potências na casa de 450 kW. Porém a infraestrutura para essas potências é ainda bastante escassa, sendo observada apenas na China, na Europa e em raros pontos nos Estados Unidos. Não há dúvida de que é nesta direção que a tecnologia caminhará", afirma.

Embora inicialmente a implementação de carregadores ultrarrápidos possa ser mais cara do que o abastecimento com combustível fóssil, à medida que a tecnologia evolui e se torna mais acessível, seu custo deve diminuir.

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A tendência de transferência de tecnologia das pistas para as ruas, como historicamente observado no automobilismo, reforça o potencial dessa inovação para tornar-se comum entre os veículos elétricos.

Segundo Gauer, a introdução do Pit Boost é um passo significativo não apenas para a Fórmula E, mas também para o futuro dos veículos elétricos de rua.

Com o avanço contínuo da tecnologia, a possibilidade de uma recarga ultrarrápida pode se tornar uma realidade cotidiana mais cedo do que imaginamos.

Mas Gauer também ressalta que, embora a recarga ultrarrápida impressione, muitos motoristas não vão necessitar dela.

"Para mais de 80% dos brasileiros, o carro já começa o dia 100% carregado em casa, onde o tempo de recarga coincide com o período de descanso noturno".

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6 comentários

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Jayme Antunes Macieljr

Pura propaganda! No segundo semestre de 2024 estive na Europa (França, Luxemburgo e Alemanha) e constatei a dificuldade dos motoristas de carros elétricos para recarregarem seus carros nos postos. Mas, como diz o ditado "a propaganda é a alma do negócio" e a onda atual é enfiar carros elétricos para a população. Isso sem contar os desafios na geração de energia elétrica e o custo dos totens. No Brasil, nem se fala!!!

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Arthur Eduardo Freitas Heinrich

Um automóvel elétrico consome cerca de 1,5 MJ/Km. Com uma autonomia de 400 Km, precisa de 600 MJ. Considerando uma velocidade média de 50 Km/h, essa energia se dissipa em cerca de 8 horas. Isso dá uma média de 20.800 W. A energia elétrica necessária para carregar as baterías custa cerca de R$ 50. Porém, fornecer 600 MJ em 30 s requer uma potência de 20 MW. Isso equivale a mais de 2 mil chuveiros ligados simultaneamente. Ainda que consideremos que as baterias trabalham com 1000 V de tensão, seria necessária uma corrente elétrica de 20 KA. É impossível.

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