Híbrido não é tudo igual: como funcionam e qual é a vantagem de cada carro
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Nos últimos anos houve um crescimento exponencial no segmento de híbridos e elétricos no Brasil. Em 2024, por exemplo, foram quase 180 mil unidades. E os híbridos se destacam ao corresponder por 65% deste montante — ou mais de 115 mil exemplares.
"A transição para a eletrificação não acontece de forma binária entre combustão e elétrico. Os híbridos surgem como uma solução intermediária, oferecendo diferentes níveis de eletrificação, eficiência energética e impacto ambiental. A escolha entre eles depende do perfil do usuário, do custo-benefício da tecnologia e da infraestrutura disponível", diz Davi Bertoncello, diretor de relações institucionais da Tupi Mobilidade e diretor de comunicação e marketing da Associação Brasileiro do Veículo Elétrico (ABVE).
Mas, afinal, o que são híbridos e quais são as diferenças entre eles? UOL Carros tira agora todas as dúvidas entre as tecnologias, seus benefícios e contratempos. Para começar, existem três variações que são conhecidas por uma sopa de letrinhas: leve (MHEV), pleno (HEV) e plug-in (PHEV).
Híbrido leve, micro-híbrido ou MHEV
Os híbridos leves são a base da cadeia. E a tecnologia de entrada no mundo da eletrificação que serve basicamente para desonerar o motor a combustão. Funciona assim: o alternador e o motor de arranque geralmente são substituídos por um motor/gerador elétrico, que recupera energia perdida nas frenagens, por exemplo, e alimenta uma bateria de 12V ou 48V.
Este dispositivo não é capaz de tracionar o carro sozinho. A função desta energia é auxiliar o motor a combustão em momentos, principalmente, de maior 'esforço', como arrancadas e acelerações.
Com essa ajuda extra, as marcas conseguem um ganho no consumo de combustível na faixa de 5% a 15% de redução. Porém, o principal benefício é na diminuição da emissão de poluentes, que pode chegar na casa dos 20%.
Em sistemas mais robustos, a ajuda elétrica é maior, podendo gerar entre 10 cv e 20 cv e até um torque extra, além de executar mais comandos, como o modo velejar.
Em velocidade de cruzeiro, por exemplo, o motor a combustão pode desligar pela baixa demanda de força e ser mantido em funcionamento pelo motor/gerador elétrico por um curto espaço de tempo ou voltar a ativa caso haja necessidade, o que favorece o consumo.
Bertoncello explica os prós desta tecnologia, digamos, básica. "Quem busca um carro mais acessível e com ganho leve no consumo pode optar por um híbrido leve. O sistema também auxilia na redução de CO? sem mudanças estruturais no veículo", afirma.
"Por outro lado, não oferece modo elétrico puro, o impacto no consumo é menor que o de outros tipos de híbridos e a regeneração de energia é menos eficiente em tráfego urbano", completa.
Híbrido pleno ou HEV
Hybrid Electric Vehicle ou HEV é o segundo estágio da eletrificação. Ainda são simples, porém mais avançados que os híbridos leves. Os plenos combinam um motor a combustão com um elétrico, além de ter uma pequena bateria.
Esta é recarregada pela regeneração de energia cinética desperdiçada nas frenagens ou pelo próprio motor a combustão em alguns modelos, onde transforma gasolina em energia elétrica. Ou seja, não aceitam recarga externa.
A grande diferença é que, diferentemente dos híbridos leves, os plenos podem rodar por curtas distâncias apenas no modo elétrico. A todo momento a eletrônica do carro faz leitura e alterna os motores para a melhor eficiência. O grande ganho é 'no para e anda' das cidades, onde o propulsor elétrico tem a maior atuação e ajuda a reduzir bastante o consumo.
Bertoncello, diretor de relações institucionais da Tupi Mobilidade, aponta três benefícios do sistema. "Economia de combustível com reduções de até 40% no consumo em comparação a modelos convencionais, baixa manutenção pois há menos desgaste de freios e motor devido ao sistema regenerativo e o motorista não depende de infraestrutura de carregamento", enumera.
O outro lado da moeda é a baixa autonomia elétrica onde o motor só opera por curtos períodos, o custo de aquisição é mais caro do que modelos convencionais e a menor eficiência em estrada, onde o motor elétrico é raramente acionado.
Híbrido plug-in ou PHEV
Já PHEVs são basicamente um HEV com bateria maior e que carregam externamente (tomadas, wallbox ou estações). Estes modelos ainda oferecem uma autonomia elétrica significativa antes de precisar do motor a combustão. São um meio-termo entre híbridos convencionais e elétricos puros.
No Brasil, as autonomias somente no modo elétrico desses carros podem variar de 40 km a 130 km. Ou seja, é possível cobrir boas distâncias sem gastar uma gota de combustível. "Quem tem acesso a carregamento e quer uma experiência mais próxima de um elétrico pode escolher um PHEV", aponta Bertoncello.
Fora isso, ainda existe uma sensação de segurança de que há um motor convencional para não ficar na mão caso a energia se esgote.
O executivo da ABVE, no entanto, diz que os PHEVs precisam de certos cuidados. "Se não forem carregados regularmente, perdem grande parte da eficiência", completa.
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3 comentários
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Luis Eduardo Loures Reimann
Amigo comprou um Haval H6 , fiz uma viagem com ele de 370 km , achei fantástico, que baita carro, anda muito bem, super conforto, espaçoso , e muito econômico, fomos de boa , 100/110/120, fez medias de 29 km/l. Gostei muito , pode ser que com o tempo as coisas mudem nestes Hybridos, mas hoje por 200 mil reais, não consigo ver compra melhor que um H6. ( Minha opinião)
Moises Solon
HIBRIDO LEVE NÃO É HIBRIDO É ENGANAÇÃO AO CONSUMIDOR.
Marcio Barbosa
Ainda é cedo para decidir uma compra… essas tecnologias vão evoluir e isso seguramente vai afetar a fabricacao, manutenção e valor de revenda…. Vou aguardar 5 anos para ver… Lembrando dos VCR: tinha VHS, Betamax, VHS-C, video-laser… sobrou só o VHS e mesmo ele caiu pelos digitais em MOV, JPG r outros….