Fusca 'mais equipado do mundo' tem até cafeteira e vale uma fortuna
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Quando pensamos em um Volkswagen Fusca 1962, vem à mente um carro que não se destaca pelo luxo, mas pela simpatia e história. Esse Fusca das imagens, entretanto, é bem diferente disso: ele tem cerca de 50 opcionais instalados na época e inteiramente restaurados. É um dos Fuscas mais equipados do mundo, com direito a cafeteira e ar-condicionado.
O Fusca "pacote completo" está exposto no Carde, o novo museu que reúne cerca de 100 automóveis raros e outras obras de arte em Campos do Jordão (SP). Ele foi tirado zero-km da concessionária pelo avô de seu último dono, Caio Ramos de Toledo, que manteve o exemplar único na família. A restauração caprichada foi feita por Vinícius Mamede.
Ar-condicionado incomum
De fora, o que mais chama atenção no Fusca é a peça que fica suspensa no lado direito do carro. É um Thermador Car Cooler, o ar-condicionado improvisado para carros que surgiu em meados de 1930 e ganhou popularidade nos anos 1950.
Para ele funcionar, era preciso que o dono inserisse gelo ou água gelada no compartimento de fora. Durante a viagem, bastava puxar uma cordinha para que um pouco do líquido molhasse uma esponja, que resfriava o ar que vinha de fora e entrava fresco na cabine. Uma vez que a bucha secasse, bastava puxar a cordinha novamente para uma nova dose de ar frio.

Externamente, o pacotão de opcionais inclui, só em termos de luzes, o spotlight da Hella, ao lado da janela do motorista, faróis de milha da Cibié, luz de iluminação da placa, refletores do tipo olho-de-gato e luz de freio da Safety. Tudo restaurado conforme as especificações da época.
Os acessórios externos ainda incluem saias traseiras de roda, que eram oferecidos no mercado dos Estados Unidos. Os pneus também vieram dos EUA e são do tipo Coker Classic, com a charmosa faixa branca comum à época.

A grelha traseira para resfriamento do motor era especial, mas comum no Brasil. No capô, há um defletor de chuva e mosquitos na cor verde e um raro brasão australiano. O suporte de bandeira também é original da época.
Interior reforçado
Por dentro, é difícil encontrar algo que no qual o Fusca superequipado fica devendo. Na falta de café, por exemplo, basta utilizar a cafeteira Paluxette, de fabricação alemã, que usa o acendedor de cigarros (que também fornece 6 volts de tensão) para aquecer a água e já misturá-la ao pó.

No painel ainda há um vaso de flores alemão de 1955, que era fabricado especialmente para carros da época. O acendedor de cigarros Trico, inglês, é outro item adicionado posteriormente. Além dele, há porta-maços e porta-cachimbos, um cinzeiro acoplado à alavanca de câmbio, uma bússola, um ventilador e um rádio Blaupunkt, também germânico.
Nacional, mas igualmente rara, é a cadeirinha de bebê da Hércules, fabricada nos anos 1960 e que vai atrás, junto às persianas que vieram dos Estados Unidos. Os bancos têm capa da Kamei, reconhecida pela qualidade, e no teto da cabine há uma rede para armazenamento.
Outros detalhes incluem o quebra-joelhos da Kamei que, ao contrário do que sugere o nome, é uma proteção acolchoada no painel. Também há uma caixa de ferramentas da Hazet (cobiçada há meio século) e volante com aro e capas também modificados e raros.

Quanto custa?
Segundo o Carde, o VW Fusca 1962 não pode ser avaliado só pelo estado de conservação e pelo valor monetário dos seus opcionais. "Seu verdadeiro significado está na história que ele representa - algo difícil de mensurar", explicou a assessoria do museu ao UOL Carros.
Com base em Fuscas de idade e conservação semelhantes que traziam algum tipo de raridade e foram leiloadas recentemente, porém, não seria surpreendente que o modelo 'mais equipado do mundo' custe centenas de milhares de reais.
14 comentários
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Joao Esteves Lourenco
Alguns críticos da matéria não perceberam que o veículo está em um museu de autos, ou seja, não está a venda, é mostruário em exposição, se forem no Museu Paulista (Museu do Ipiranga) vão criticar o quadro de Pedro Américo pois ele é grande demais, como expõem espadas, afinal é uma arma mortífera, se foram ao Louvre em Paris falarão que o tamanho da Monalisa é pequeno demais e vai por ai afora.
Fabio Soares de Oliveira
Tive o prazer de conhecer a CARDE em Campos do Jordão, além deste lindo exemplar, existes uma infinidade de veiculos lindos e raros que vale a pena conhecer.
Nelson Higino de Oliveira Filho
Muita traquitana....