Peugeot tenta corte nos custos e venda de ativos
A PSA Peugeot Citroën, montadora que mais sofreu com as quedas nas vendas na Europa, colocou à venda seu negócio mais lucrativo em meio aos esforços para diminuir as dívidas e inverter as perdas no segmento de fabricação de veículos.
A companhia francesa revelou mais cortes de custos e o plano de vender uma participação na transportadora Gefco, depois que seu negócio automotivo registrou um prejuízo operacional de 497 milhões de euros (mais de R$ 1,1 bilhão) no segundo semestre, ante um lucro de 96 milhões de euros (R$ 216 milhões) um ano antes.
"Esses resultados fracos não condizem com a estratégia que estamos seguindo", disse o vice-presidente financeiro Jean-Baptiste de Chatillon. Cortando os custos e vendendo ativos, "estamos nos dando os meios para seguir essa estratégia", afirmou.
Além de anunciar no mês passado que a montadora estava deixando a corrida de resistência Le Mans 24 Hours, o presidente-executivo Philippe Varin deixou uma fábrica na Índia em suspenso. A Peugeot pode abrir o investimento planejado para um sócio, disse ele em entrevista ao Le Monde nesta quarta-feira (15).
A companhia aumentou a meta de cortes de custos em 200 milhões para 1 bilhão de euros e disse que se livraria de carros nos pátios para aumentar o fluxo de caixa, negativo em 1,6 bilhão de euros em 2011.
O presidente da PSA não anunciou guidance para 2012 mas falou em levantar 1,5 bilhão de euros em vendas de ativos, incluindo uma grande participação na Gefco.
A PSA espera ganhos no mínimo de 560 milhões de euros da venda desta participação e não descarta vender uma participação majoritária no negócio de transporte e logística enquanto continua como "acionista estratégico", disse o vice-presidente financeiro Chatillon.
Com 560 milhões de euros seria possível comprar mais de um terço da Gefco, segundo estimativa do Credit Suisse.
A PSA amargou queda de 48% no lucro líquido no ano passado, para 588 milhões de euros, tendo em vista que o lucro operacional caiu 27%, para 1,32 bilhão de euros, excluindo ganhos e perdas extraordinários, cortando a margem operacional em 1 ponto porcentual, para 2,2%. As vendas subiram 6,9%, para 59,91 bilhões de euros.