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GM decide parar produção na Austrália em 2017

Em Sydney e Melbourne (Austrália)

11/12/2013 08h57

A General Motors anunciou nesta quarta-feira (11) que vai parar a produção de carros na Austrália até 2017 devido aos altos custos e uma moeda forte, elevando os temores de que a rival Toyota siga o exemplo e coloque toda a indústria de automóveis do país em risco.

A decisão da fabricante de fechar a Holden, no sul da Austrália, representa o mais recente golpe para a indústria manufatureira do país e o setor automotivo, em particular.

"Não importa a forma que aplicamos os números, o cenário de negócios de longo prazo para fazer carros nesse país simplesmente não é viável", disse o gerente-geral da GM em Adelaide, Mike Devereux, a jornalistas.

O presidente-executivo e presidente do conselho de administração da GM, Dan Akerson (recém-aposentado), disse que a decisão reflete uma "tempestade perfeita" de influências negativas enfrentadas pela indústria automotiva da Austrália, incluindo o fortalecimento do dólar australiano, altos custos de produção, e um mercado interno pequeno, fragmentado e altamente competitivo.

Em maio, a Ford disse que iria fechar suas duas fábricas na Austrália em outubro de 2016, culpando fatores similares.

No país, há preocupações generalizadas de que uma saída da GM seria seguida pela única fabricante restante, a Toyota, ameaçando cerca de 150 fornecedores de peças e componentes que empregam diretamente mais de 40 mil pessoas.

A Toyota disse que vai trabalhar com fornecedores e o governo para determinar seus próximos passos e se vai continuar operando na Austrália, onde emprega 4 mil pessoas e produziu quase 100 mil veículos no ano passado. "Isso colocará uma pressão sem precedentes na rede de fornecedores locais e em nossa habilidade de produzir carros na Austrália", disse a Toyota da Austrália em um comunicado.

O vice-premiê Warrenm Truss afirmou que é importante que a Toyota receba "todas as oportunidades para sobreviver nestes tempos difíceis". A GM pode buscar exportar mais carros produzidos na Coreia do Sul para a Austrália como parte de uma reestruturação global de produção, disse uma fonte à Reuters na semana passada.