Mercedes-Benz vê mercado de ônibus no Brasil ainda difícil em 2015
O ano de 2015 permanecerá difícil para o mercado de ônibus no Brasil, disse nesta terça-feira o chefe da divisão global de ônibus da Mercedes-Benz, Hartmut Shick, afirmando que a empresa deverá manter sua participação de mercado no país no próximo ano.
A previsão da Mercedes-Benz, do grupo Daimler
Os dados mais recentes apontam que de janeiro a outubro foram emplacados 25.537 novos ônibus no Brasil sendo que a Mercedes atingiu a marca de 12.544 unidades, o equivalente a uma participação de mercado de 49,12 por cento, segundo dados da associação de concessionários de veículos, Fenabrave.
A proposta para o ano que vem é manter esse patamar de participação. "Tudo entre 45 a 50 por cento é muito bom. Esperamos manter esse patamar em 2015?, disse o chefe mundial da divisão de ônibus da Mercedes-Benz a jornalistas.
"Aqui, no Brasil, (o ano de 2014) foi difícil. Mas, mesmo com o mercado bem difícil nós aumentamos nossa participaçao", acrescentou.
Os dados até outubro apontam que o mercado de ônibus no Brasil tem uma queda de aproximadamente 12,5 por cento esse ano frente a igual período de 2014 e o desempenho dificilmente vai mudar no último bimestre do ano.
A Mercedes aposta nos próximos anos no incremento do mercado de BRTs nas grandes cidades do Brasil, no avanço do transporte escolar nessas localidades e o ônibus para transporte rodoviário.
"Achamos que no ano que vem o mercado vai ficar mais ou menos no mesmo nível (...) O Brasil tem muito potencial, é o terceiro maior de ônibus do mundo", disse Shick. "O segmento urbano foi surpresa e cresceu 4,4 por cento", acrescentou.
Enquanto isso, o segmento rodoviário, que atravessa queda neste ano, deve passar por uma renovação de 5 mil ônibus apoiada em programa do governo federal para transporte escolar, disse o diretor de vendas de ônibus e de marketing da Mercedes-Benz, Walter Barbosa.
A montadora deverá testar no ano que vem um ônibus movido a diesel e a gás natural e também comercializar modelos automatizados. A expectativa é colocar na praça de 100 a 200 veículos sem embreagem já no ano que vem. O modelo automotizado deve custar cerca de 5 por cento mais caro que um com câmbio convencional, mas deve gerar economia de combustível.
CÂMBIO
Shick comentou ainda que uma valorização do dólar contra o real poderá abrir mercados para a divisão brasileira de ônibus da Mercedes-Benz. Em princípio, a previsão de exportação de ônibus da montadora para 2015 se mantêm no patamar semelhante ao previsto para 2014, de aproximadamente 10 mil unidades.
Mas o executivo ressaltou que essas metas são revisitadas a cada três meses e que uma alta do dólar poderá impulsionar as vendas externas. "Esse ano o dólar já ajudou e no ano que vem pode continuar a ajudar", disse o executivo.
Ele comentou que no terceiro trimestre, com o dólar mais alto, a Mercedes do Brasil já incrementou as vendas externas, mas não deu detalhes.
Como o índice de nacionalização dos ônibus produzidos pela companhia no Brasil é de 85 por cento, os custos com importação de peças são poucos afetados pela valorização da moeda norte-americana.
"Quando o dólar tem vantagem, podemos reduzir um pouco preço e aumentar volume; dá para fazer um balanço. Fizemos isso no último trimestre; calibragem de preço" disse Shick.
No terceiro trimestre, a unidade brasileira conseguiu vencer uma licitação no Egito por conta da flexibilidade permitida pela taxa de câmbio, adicionou Ricardo Silva, diretor da Mercedes-Benz para América Latina.
Entre os principais destinos dos ônibus da Mercedes-Benz no Brasil estão, Argentina, Chile, Indonésia e Peru.