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Volvo diz que motor a diesel pode morrer até 2023

Volvo XC60 2018: modelo usa mesmos motores do XC90, 2.0 turbo a gasolina e a diesel - Divulgação
Volvo XC60 2018: modelo usa mesmos motores do XC90, 2.0 turbo a gasolina e a diesel Imagem: Divulgação

<br>Emma Thomasson

De Gotemburgo (Suécia)

17/05/2017 16h01

Motores a diesel de XC90 e XC60 pode ser os últimos: está cada vez mais caro fazer modelos que poluam menos

A atual geração de motores a diesel da Volvo pode ser a última, já que o custo de reduzir as emissões de óxido de nitrogênio está se tornando excessivo, disse o presidente-executivo da empresa, Hakan Samuelsson, nesta quarta-feira (17).

"Da perspectiva atual, não vamos desenvolver mais motores diesel de nova geração", disse Samuelsson ao jornal alemão "Frankfurter Allgemeine Zeitung".

No entanto, um porta-voz da Volvo Cars tentou minimizar a declaração logo depois, dizendo que Samuelsson estava discutindo opções, não estabelecendo um plano concreto para encerrar o desenvolvimento de motores a diesel.

Hakan Samuelsson Volvo XC90 - Rebecca Cook/Reuters - Rebecca Cook/Reuters
Hakan Samuelsson, CEO da Volvo Car, apresneta novo XC90 Inscription em Detroit
Imagem: Rebecca Cook/Reuters

Hoje vale, mas em 2023...

Samuelsson disse mais tarde, em comunicado enviado à Reuters, que acreditava que o diesel ainda desempenharia um papel crucial nos próximos anos, ajudando a empresa a cumprir metas para reduzir as emissões de dióxido de carbono, sendo mais eficientes do que os motores a gasolina.

"Acabamos de lançar uma nova geração de motores a gasolina e diesel, destacando o nosso compromisso com esta tecnologia, por isso não é necessária uma decisão sobre o desenvolvimento de uma nova geração de motores diesel agora", afirmou.

Na entrevista ao jornal, Samuelsson disse que a Volvo continuará a melhorar a gama atual, introduzida pela primeira vez em 2013, para atender às futuras normas de emissões, com a produção provavelmente ocorrendo até 2023.

E até 2020, ele disse, o motor a diesel seria necessário para ajudar a cumprir os limites de emissão de dióxido de carbono estabelecidos pela União Europeia, mas depois que outros regulamentos entrarem em jogo, os custos de tornar os motores compatíveis com normas cada vez mais rígidas pode não valer a pena.

Lição da Tesla

Em vez disso, a Volvo deverá investir em carros elétricos e híbridos, com seu primeiro modelo elétrico puro entrando no mercado em 2019.

"Temos que reconhecer que a Tesla conseguiu oferecer um carro para o qual as pessoas estão se alinhando, nesta área também deve haver espaço para nós, com alta qualidade e design atraente", disse Samuelsson.

Samuelsson disse anteriormente que as regras de emissões mais apertadas empurrarão os preço de carros a diesel ao ponto onde os híbridos plug-in e elétricos se tornarão uma alternativa atraente.

Pressão para alternativas

Na Europa, os carros a diesel representam 50% de todos os novos emplacamentos, tornando a região o maior mercado de diesel do mundo, de longe. A Volvo, de propriedade da chinesa Geely, vende 90% de seus XC90 com motores a diesel na Europa.

O escândalo sobre a fraude dos testes ambientais nos EUA para encobrir as emissões de óxidos de nitrogênio, que podem causar ou agravar as doenças respiratórias, significa que os fabricantes estão enfrentando intensa pressão sobre o verdadeiro nível de poluentes emitidos pelos carros.

A Goldman Sachs acredita que uma medida de repressão poderia agregar 300 euros por motor a diesel, sendo que os custos atuais já estão a cerca de 1.300 euros acima de seus equivalentes a gasolina, enquanto as montadoras procuram aproximar as emissões de NOx de seus resultados.