Renault e Nissan garantem futuro da aliança, mas evitam falar em novo CEO
Resumo da notícia
- Representantes das marcas reafirmaram a importância da aliança
- Partes evitaram falar sobre sucessor de Ghosn
- Reunião ocorreu para resolver "problemas operacionais"
Executivos de alto escalão das marcas Renault e Nissan reafirmaram a importância da aliança entre as empresas. A parceria vem sofrendo constantes pressões desde a demissão do ex-CEO Carlos Ghosn. Mesmo assim, nenhuma das partes quis comentar sobre a escolha do próximo presidente.
Jean-Dominique Senard, recém-escolhido como presidente da Renault SA, desembarcou no Japão nesta quinta-feira (14) para dois dias de reuniões com a Nissan. Logo surgiram boatos sobre o futuro da aliança e sobre as chances de Senard também assumir o comando da empresa japonesa.
Algumas pessoas no Japão enxergam a aliança como desigual. Mas analistas do mercado afirmam que a parceria das três empresas (já que a Mitsubishi também faz parte do acordo) é necessária para competir em pé de igualdade com rivais como Volkswagen e Toyota.
Clima tenso no ar
A visita de Senard é a primeira de um líder da Renault desde a prisão de Ghosn em novembro sob a acusação de fraude financeira. A derrocada de um dos mais conhecidos líderes do planeta chocou a indústria automotiva global e elevou o nível de tensão entre Renault e Nissan.
Senard se reuniu com os CEOs da Nissan, Hiroto Saikawa, e Mitsubishi, Osamu Masuko, por aproximadamente duas horas. A informação foi revelada pelo próprio Masuko. Segundo ele, os três executivos reafirmaram a importância da aliança.
Já Saikawa afirmou a repórteres que eles não discutiram sobre eventuais problemas ligados à presidência da Nissan e nem sobre uma possível fusão entre Nissan e Renault. As conversas teriam sido apenas superficiais.
"Havia alguns problemas operacionais que precisávamos discutir, então esse foi o tema da nossa conversa", disse.
Há tempos alguns executivos da Nissan manifestam descontentamento com a influência desproporcional da Renault na aliança, em comparação com o poder da Nissan. A Renault possui 43% das ações da Nissan, enquanto a marca japonesa detém 15% das ações francesas, mas sem direito de voto nas decisões.
Logo após chegar no Japão, Senard tentou colocar panos quentes na aliança, afirmando à imprensa que ainda não era o momento de discutir se ele assumiria o comando da Nissan.
Fontes ligadas às empresas confirmaram que a visita seria mera cordialidade, uma forma de apresentar o novo CEO aos japoneses. Mesmo assim, o clima de tensão não foi esquecido pela tensão criada entre as fabricantes, algo que piorou após a Renault ter sido "forçada" a demitir Ghosn do comando da empresa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.